PT vai procurar Serra e FHC

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Foto: Ricardo Stuckert / Instituto Lula/Divulgação

Em tempos de briga dentro do PSDB, a campanha petista anda sonhando alto com possíveis apoios ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O otimismo está mais que consolidado para o segundo turno da corrida ao Palácio do Planalto. Mas a possibilidade de o PSDB desistir de vez de ter um candidato à Presidência já anima as expectativas para a primeira etapa de votação.

Ontem, em entrevista ao Amarelas On Air, o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad encarregou-se de fazer um aceno aos tucanos históricos e defendeu uma união de forças para derrotar o bolsonarismo, que ele descreve como a “recidiva de um tumor” herdado dos tempos da ditadura. Haddad citou como exemplos dessa tendência a adesão de Geraldo Alckmin (PSB) ao projeto petista e o endosso do ex-chanceler Aloyisio Nunes Ferreira a Lula.

No PT, a meta é mais ambiciosa. Há quem defenda que Lula deveria procurar nomes como José Serra e Fernando Henrique Cardoso assim que ficar mais claro o posicionamento do PSDB na corrida presidencial. Integrantes do comitê de campanha entendem que, se os tucanos seguirem batendo cabeça agora que João Doria desistiu da disputa, as condições para o diálogo estão dadas. Como disse Haddad ao Amarelas On Air, é iniciar a eleição pelo segundo turno.

O natural, segundo disse à coluna um líder petista, seria primeiro mandar recado por terceiros, para sentir o terreno, o que muito em breve já poderia começar a acontecer. O próprio Haddad, diz esse interlocutor, poderia ajudar nesse trabalho. Se os tucanos históricos acenarem positivamente, aí sim, mais adiante na disputa, aliados avaliam que Lula poderia entrar pessoalmente em campo.

Apesar de ter um peso importante na estratégia do PT de puxar a candidatura de Lula ao centro, Geraldo Alckmin não necessariamente seria o porta-voz desse movimento. “Não sei se é o ideal. Porque, querendo ou não, é fato que ele saiu do partido. Tem uma simbologia, mas nomes do próprio PT talvez sejam melhores para fazer essa interlocução”, disse outro petista.

Não há a ilusão de que isso converta automaticamente votos do eleitorado tucano para Lula. O PT aposta na simbologia por trás da união com nomes do PSDB. Além disso, ninguém ali inclui nessa conta o partido como um todo. Os petistas querem distância de nomes como João Doria, por exemplo, e entendem que parte do PSDB tende a seguir na direção oposta, rumo à campanha do presidente Jair Bolsonaro.

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