
Segurança de Lula e Alckmin preocupa campanha
Foto: Ricardo Stuckert/Divulgação
A segurança pessoal do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do vice na chapa, o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), foi tema de preocupação de dirigentes partidários durante a primeira reunião com a coordenação-geral da pré-campanha do petista.
No encontro, ocorrido na segunda-feira em um hotel de São Paulo, pelo menos dois presidentes de partidos aliados abordaram o assunto. Outros três assessores que estavam na reunião também externaram a necessidade de um esquema mais rígido de proteção. Além do PT e do PSB, participam do encontro dirigentes do Psol, Solidariedade, PCdoB, Rede e PV.
De acordo com fontes ouvidas pelo Valor , Lula e Alckmin assentiram com a cabeça enquanto os interlocutores falavam sobre a tendência de uma eleição bastante agressiva e a consequente preocupação com a integridade física deles.
Pessoas próximas ao ex-presidente revelam que existe uma aflição crescente com a exposição do petista em atos públicos. Um ala do partido defende que Lula evite, durante a pré-campanha, ambientes que não sejam controlados.
Nos bastidores, mesmo diante do aumento da tensão, Lula tem dito que não vai moldar a agenda de campanha por questões relativas à segurança.
Nos dias 1º e 2 de junho, Lula e Alckmin visitam o Rio Grande do Sul. A agenda ainda não foi totalmente definida, mas o ato público que estava previsto para ocorrer na Rua da Praia, uma das vias mais movimentadas de Porto Alegre, deve ser transferido para um ambiente fechado. Além da questão de segurança, a equipe do ex-presidente teme problemas com a Justiça Eleitoral.
No lançamento oficial da pré-candidatura, em São Paulo, o PT teve que reforçar o esquema de segurança. Mesmo em um ambiente controlado, apenas com apoiadores do ex-presidente, as quatro mil pessoas que participaram do evento precisaram se credenciar previamente.
No dia 6 de maio, em Campinas, o carro em que o ex-presidente estava foi cercado por um grupo de pessoas que hostilizava o petista. O veículo conseguiu avançar. No dia 13 de abril, em visita ao acampamento Terra Livre, em Brasília, que reunia indígenas de várias etnias para cobrar demarcação de terras, a vulnerabilidade da segurança do ex-presidente foi exposta. O evento era aberto e não havia detector de metais.
Na saída, o carro em que Lula estava ficou parado no meio da multidão por alguns minutos sem avançar. Os poucos seguranças privados não conseguiam abrir caminho para que o veículo passasse. O ex-presidente não baixou o vidro do carro para falar com apoiadores.
Lula conta com apoio de policiais federais na sua segurança. Em determinados eventos, há reforço privado. O PT tem acionado as polícias militares dos Estados nas agendas de Lula até então.
Diante do clima de acirramento, a Polícia Federal vai reforçar, neste ano, a segurança dos candidatos à Presidência da República. Um grupo de 300 policiais federais está sendo capacitado para a missão. Instrução normativa será editada para definir critérios que vão ser utilizados para o esquema de segurança de cada presidenciável.