Tebet diz que “mulher vota em mulher”

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Foto: Cristiano Mariz/ Agência O GLOBO

Após ser confirmada como pré-candidata à Presidência da República pelo MDB, com o apoio do Cidadania, a senadora Simone Tebet (MDB-MS) afirmou nesta quarta-feira que será a postulante do “caminho do meio”, da “pacificação” e da “seriedade”. Trata-se do primeiro discurso dela após o ex-governador de São Paulo João Doria (PSDB) ter anunciado a desistência da disputa pelo Palácio do Planalto.

— Se a minha candidatura servir para ter uma adulta na sala, eu serei essa candidata. (…) Comigo não é 8 ou 80. Vamos falar menos de Lula e Bolsonaro e mais do Brasil real. Política é coisa séria. A Presidência da República tem que voltar a representar a seriedade — afirmou ela, dizendo que a partir de agora se inicia a sua campanha. — A nossa missão é pacificar o país com os brasileiros — completou.

Única pré-candidata mulher a ser lançada até agora entre os partidos tradicionais, a senadora frisou que ela “usa saia e passa batom” e prometeu um ministério paritário entre homens e mulheres.

— Quando eu entrei na vida pública, havia uma dificuldade de mulher votar em mulher. (…) Mulher que tem protagonismo acaba empoderando outra mulher. Hoje, eu posso dizer: mulher vota em mulher —- afirmou a parlamentar, que foi presidente da bancada feminina no Senado em 2021.

Pesquisas encomendadas pelo MDB, PSDB e Cidadania indicaram que o pleito deste ano teria um peso significativo do eleitorado feminino. Este, inclusive, foi um dos argumentos usados pelos dirigentes dos três partidos para escolherem a senadora como a candidata única da terceira via, ao invés do ex-governador João Doria. O alto índice de rejeição do paulista também pesou na hora da decisão.

Em relação ao baixo desempenho demonstrado até agora nas pesquisas eleitorais, a parlamentar afirmou que “ser desconhecida” é “algo que a fortalece”, e ironizou: —- Eu era um risco, virei 1% e agora sou 2%. Aumentei 200%.

Na sede do MDB, em Brasília, Tebet fez o discurso ao lado dos presidentes do MDB e Cidadania, Baleia Rossi e Roberto Freire. A ausência do presidente do PSDB, Bruno Araújo, que também participa das discussões da coligação desde o ano passado, foi sentida.

Como um aceno ao PSDB, a senadora lembrou que a sigla “nasceu da alma e do coração do MDB”, lembrando a fundação da legenda criada a parti de uma dissidência interna do antigo MDB nos anos 80.

— Não tenho dúvidas de que, na semana que vem, nós estaremos com aqueles que sempre foram nossos aliados de primeira hora: homens e mulheres de bem do PSDB — afirmou ela, reforçando que fazia uma “homenagem à história” do partido, que ainda está dividido entre apoiá-la ou ter uma candidatura própria.

A senadora ganhou o respaldo da maioria do MDB em reunião da cúpula ocorrida nesta terça-feira. Ela já havia sido lançada pré-candidata em dezembro de 2021, mas ainda havia dúvidas se era um nome de consenso dentro da sigla. Uma ala da região nordeste, encabeçada pelo senador Renan Calheiros, de Alagoas, e o ex-senador Eunício Oliveira, do Ceará, já fechou apoio à campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e são contrários à candidatura própria.

A senadora minimizou a divergência interna e reconheceu que não tem o partido completo ao seu lado, mas reiterou que obterá os votos suficientes para a homologação da candidatura. — Nós não teremos a unanimidade no partido, mas teremos a unanimidade nas convenções — comentou a senadora.

O Globo