Aliado de Bolsonaro processa blogueiro e foge
Aliado de Bolsonaro processa blogueiro e foge
Eduardo Guimarães
Nomeado por Bolsonaro, o presidente da Comissão de Mortos e Desaparecidos anunciou o fim da Comissão. O Blog da Cidadania criticou, ele não gostou e processou Eduardo Guimarães. No dia da audiência, não apareceu e o processo foi extinto. Simples assim.
O advogado Marco Vinicius Pereira de Carvalho foi nomeado em 1/8/2019 presidente da Comissão sobre Mortos e Desaparecidos Políticos. Naquele dia, o portal G1 publicou que ele foi acusado na Justiça de ter vazado, para a própria mulher e para a cunhada, um edital de concurso público da Prefeitura de Taió, no Vale do Itajaí.
Carvalho é presidente do PSL no município e assessor da ministra Damares Alves. Respondia a uma ação civil pública, por improbidade administrativa, proposta em outubro de 2018 pelo Ministério Público de Santa Catarina. Ele é procurador concursado do município e estava licenciado desde 2 de agosto de 2018, segundo a ação, para se candidatar a uma vaga de segundo suplente de senador.
O Blog da Cidadania noticiou a matéria do G1 com uma crítica à altura do caso.
Em 5 de março do ano seguinte, Pereira de Carvalho atribuiu ‘desmandos’ à antecessora na Comissão de Mortos e Desaparecidos por investigar mortes na ditadura. Marco Vinícius de Carvalho representou à Corregedoria Nacional do Ministério Público contra a procuradora da República Eugênia Gonzaga, que presidiu colegiado entre 2014 até agosto de 2019.
Em 13 de junho deste ano, Bolsonaro decidiu pôr um fim à Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos Políticos da ditadura. Era um velho desejo do capitão-presidente. Então ele mandou Marco Vinícius Pereira de Carvalho, presidente da Comissão, pôr fim a ela.
Em 7 de abril, este blogueiro recebeu intimação por processo movido contra si pelo subordinado de Bolsonaro e de Damares três anos depois de a matéria ter sido publicada. A audiência foi marcada para esta quinta-feira, 23 de junho.
Eis que o Blogueiro contratou um advogado para elaborar sua defesa, obviamente pagando por isso. E lá se foi o “réu” para a audiência de um processo em que o autor pediu indenização de R$ 15 mil reais.
Eis que o autor do processo simplesmente não apareceu. Blogueiro, advogado e juiz ficaram plantados na sala de audiência à espera do tal presidente da futura ex-Comissão de Mortos e Desaparecidos. O juiz, prazeirosamente, extingiu o processo irresponsável em mais um atentado de Bolsonaro à liberdade de imprensa.
O consolo é que todo esse horror vai acabar em outubro. Tomara que o Brasil resista…
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