Campanha de Bolsonaro aposta em compra de votos

Destaque, Todos os posts, Últimas notícias

Foto: Evaristo Sá/AFP

Se a ampliação de benefícios sociais, como os reajustes do Auxílio Brasil e do vale-gás, já era considerada importante para alavancar a campanha de Jair Bolsonaro (PL), agora, com a revelação dos áudios do ex-ministro Milton Ribeiro, ela se tornou indispensável para salvar a imagem do presidente. Para um membro da campanha bolsonarista, a piora da crise deve ser rebatida com ação visando o bolso dos eleitores. “As pessoas precisam de dinheiro, não de explicações”, diz ele, acrescentando que os programas sociais diminuem a raiva contra Bolsonaro das pessoas que passam dificuldade. A campanha investe ainda na tentativa de desqualificar o processo que levou à prisão do ex-ministro.

Investidores já entenderam que quanto mais desesperada a campanha de Bolsonaro, maior o risco de ampliar gastos e alargar o buraco fiscal. Hoje, a previsão é de R$ 50 bi. O pouco tempo (cerca de três meses) até a eleição, ajuda a limitar o estrago, avaliam.

O cálculo feito neste momento é se essas medidas serão descontinuadas em 2023, como diz o governo. Vencendo Lula ou Bolsonaro, não será fácil reduzir programas sociais. Assim, as despesas que refletem o desespero atual de Bolsonaro tendem a permanecer, motivo do aumento da aversão a risco.

Estadão