Pesquisa diz que Bolsonaro não tem chance

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Foto: Alan Santos/PR e Douglas Magno/AFP/VEJA

Se tem algo que as últimas pesquisas de intenção de voto mostram é que nem mesmo todo o jogo eleitoral feito pelo presidente Jair Bolsonaro é garantia de um crescimento consistente da sua candidatura à reeleição. Bolsonaro recuperou espaço na disputa, não há dúvidas disso. Estreitou a distância em relação ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e mobilizou sua base com sucessivas brigas com o Supremo Tribunal Federal. Mas os passos ainda se mostram insuficientes para equiparar seu desempenho ao do rival.

Por enquanto, a polarização da corrida presidencial está dada. Mas não de forma equilibrada. A pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira traz de volta a possibilidade de Lula vencer ainda no primeiro turno, algo que o time bolsonarista acreditava ter deixado para trás. Bastou o presidente ganhar alguns pontos e seus aliados já falavam até mesmo em uma espécie de sprint, uma disparada que levaria Bolsonaro a entrar na campanha oficial em pé de igualdade com Lula. Houve até quem falasse na possibilidade de o presidente ganhar no primeiro turno.

A quatro meses da eleição, Lula tem 47% das intenções de voto na pesquisa Quaest. Bolsonaro tem 29%. Ambos oscilaram dentro da margem de erro. Mas a tendência de alta de Bolsonaro parece ter ficado para trás. Enquanto o petista oscilou um ponto para cima, o presidente recuou dois pontos. Não é um indicativo bom para Bolsonaro.

O que a evolução das pesquisas sugere é que o eleitor até se animou com o pacote eleitoral lançado pelo presidente. Auxílio Brasil de R$ 400, previsões otimistas sobre a retomada do emprego e do crescimento econômico, promessas de aumentos robustos para servidores e, mais recentemente, uma receita mágica que supostamente seria capaz de derrubar o preço dos combustíveis. Aquele eleitor que ficou órfão das candidaturas de Sergio Moro ou João Doria voltou em parte para o presidente. Mas não durou muito. Simplesmente, porque está difícil acreditar que as promessas sairão do papel. E porque a inflação em disparada parece corroer cada um desses esforços.

O cenário da disputa ainda não se consolidou e não se sabe ao certo nem mesmo quem serão os candidatos. Afinal, até agora MDB, PSDB e Cidadania ainda custam a se entender para lançar um nome na corrida, em tese, o da senadora Simone Tebet. O presidente tem tempo para crescer e não há nada que garanta a Lula a tal sonhada vitória no primeiro turno. Mas a tarefa tem se mostrado mais difícil do que o time bolsonarista previa.

Só para citar um exemplo, ontem Bolsonaro avisou que talvez nem consiga dar um aumento aos servidores neste ano. Mais um motivo de insatisfação para essa turma, que já andava impaciente depois da notícia de que os reajustes viriam menores do que foi prometido lá atrás. Ou seja, a campanha oficial ainda nem começou e as promessas já começam a ficar pelo caminho.

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