Proximidade da família Bolsonaro com Ribeiro antecipa problemas

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Foto: Carolina Antunes/PR

Jair Bolsonaro já está tirando o corpo fora, mas a prisão do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro joga por terra a falácia repetida exaustivamente pelo presidente de que nunca houve corrupção em seu governo.

Como se sabe, o caso investiga um balcão de negócios no Ministério da Educação para liberação de verbas milionárias do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, o FNDE. O esquema teria sido comandado por pastores evangélicos, base de apoio do governo Bolsonaro.

Milton Ribeiro foi visto próximo do presidente inúmeras vezes nos quase dois anos que ficou à frente da pasta, a mesma que Bolsonaro sempre acompanhou de perto até por sua obsessão ideológica em relação ao tema.

Por ser pastor, o ex-ministro da Educação fazia ainda – para além da função no primeiro escalão – o papel de capelão do governo, proferindo orações em eventos do Executivo que muitas vezes não tinham nada a ver com o ministério que comandava.

Era mais uma face da mistura entre púlpito e palanque que nunca deu certo na história da humanidade, mas que os líderes evangélicos brasileiros aceitaram pela sede do poder. Transformaram-se em um importante tentáculo do bolsonarismo.

Ocorre que não é só a ligação de Bolsonaro com Milton Ribeiro que precisa ser colocada sob holofote, após a deflagração da Operação Acesso Pago, da Polícia Federal. É preciso lembrar que os outros pastores envolvidos tinham conexão com o presidente antes de Milton Ribeiro ser ministro.

Os “religiosos” Gilmar Santos e Arilton Moura, também alvos da investigação da PF sobre corrupção e trafico de influência no MEC, eram unha e carne com Bolsonaro – indicados pelo próprio presidente para atuar na pasta.

Como informou a Folha, ambos somaram 45 entradas no Palácio do Planalto. Em outubro de 2019, nove meses antes de Milton Ribeiro assumir o ministério da Educação, eles já participavam de um evento no Palácio do Planalto.

Em áudio revelado pelo jornal, o ex-ministro disse o absurdo que priorizava pedidos de pessoas ligadas a esses pastores, por ordem do presidente da República. Bolsonaro pode gritar, espernear, reclamar da imprensa, mas a digital dele está mais que exposta neste escândalo.

E trata-se de corrupção. Pura e simples.

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