Simone Tebet promete manter militarismo em eventual governo

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Foto: Reprodução

A senadora e pré-candidata à Presidência da República Simone Tebet (MDB) declarou nesta quarta-feira que não se compromete em nomear um civil para o Ministério da Defesa caso seja eleita em outubro. A declaração foi dada em entrevista à rádio CBN.

Desde o governo de seu correligionário, Michel Temer, em 2018, a pasta vem sendo ocupada por membros das Forças Armadas — na contramão de um processo de controle civil sobre os militares iniciado na redemocratização do Brasil, após 21 anos de ditadura comandada por generais. É atribuição do Ministério da Defesa exercer a direção sobre o Exército, a Marinha e a Aeronáutica.

— Não me comprometo a colocar um civil, mas me agrada um civil no Ministério da Defesa. O que nós não podemos admitir é politizar as Forças Armadas. Não vejo problema nenhum de você ter militares da ativa nos cargos de gestão administrativa. O problema está em ter militares da ativa em cargos políticos e nos ministérios — afirmou ela.

Temer foi quem nomeou o general Joaquim Silva e Luna, o primeiro militar à frente do Ministério da Defesa desde a sua criação, no segundo governo de Fernando Henrique Cardoso, em 1999. A partir de então, nenhum outro civil esteve no posto, hoje ocupado pelo general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira.

Assim como vem dizendo, ela repetiu não estar preocupada com a quantidade de militares ocupando cargos civis na gestão federal. Para ela, há problemas em membros das Forças Armadas ocuparem cargos no alto escalão do governo sem passarem à reserva. Generais da ativa não deveriam chefiar ministérios, em sua visão, como tem acontecido no governo de Jair Bolsonaro.

Proveniente de um clã tradicional em um dos estados mais ligados ao agronegócio, Mato Grosso do Sul, Tebet defendeu o setor, mas criticou a liberação desenfreada de agrotóxicos durante o governo Bolsonaro.

— Há um número excessivo de agrotóxicos que foram permitidos no Brasil sem nenhum critério técnico, sem dúvida nenhuma. Qual foi o critério utilizado pelo governo federal para aumentar esse número de agrotóxicos? Lobby dessas empresas? Isso realmente agride o meio ambiente e consequentemente aquilo que estamos comendo? Essa é uma análise para técnicos — afirmou, prometendo nomear ministérios e secretarias técnicas longe da influência de lobistas.

O Globo