185 invasores do Capitólio foram para cadeia
A comissão da Câmara que investiga o comportamento de Donald Trump durante a insurreição de 6 de janeiro de 2021 fechou o foco em 187 minutos durante os quais o presidente dos Estados Unidos permaneceu em silêncio cúmplice.
Graças às câmeras de vídeo, às mensagens com o registro da hora e dos minutos, bem como as listas de telefonemas da Casa Branca, produziu-se uma inédita reconstrução de fatos. Magnífica demonstração da eficácia do FBI e da Justiça. Os federais americanos já pegaram 840 pessoas e pelo menos 185 foram sentenciadas. Uma delas pegou cinco anos de cadeia por ter agredido um policial.
Os 187 minutos começam às 13h10, quando Trump terminou de discursar perto da Casa Branca. Ele havia estimulado a marcha para o Capitólio, sugerindo que a acompanharia. Foi para a Casa Branca, onde ficou grudado nas televisões.
Aqui vai o que aconteceu a quatro pessoas que provavelmente foram vistas por Trump enquanto curtia o dia.
Entre 13h e 13h30, o veterano fuzileiro Carey Walden escalou uma parede do Capitólio. Preso em maio, declarou-se culpado e foi condenado a 30 dias de prisão domiciliar.
Às 14h02 Richard Franklin Barnard entrou na Rotunda do Capitólio. Foi preso em fevereiro e contou ao FBI que pretendia chegar perto de Trump. Tomou 30 dias de prisão domiciliar e 60 horas de serviços comunitários.
Troy Williams entrou no prédio às 14h39. Foi preso em fevereiro e condenado a 15 dias de cadeia e um ano de liberdade condicional.
(Minutos depois, o vice-presidente Pence era retirado da sala onde estava e levado para um subterrâneo. O filho de Trump apelava para que ele condenasse a invasão. O presidente continuou assistindo ao espetáculo.)
Duke Wilson entrou no Capitólio às 14h55, agrediu um policial, foi preso em abril e condenado a 51 meses de cadeia e três anos de liberdade condicional.
Os 187 minutos do foco da comissão terminam quando Trump postou seu vídeo pedindo à sua turma que fosse para casa. Essa foi a primeira vez em que ele disse isso.
Dois minutos antes, o presidente eleito Joe Biden classificara a invasão do Capitólio como “limítrofe da sedição”.
Folha