Adivinha em quem Roberto Justus vai votar

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Foto: Reprodução

Pressionado pelo mau desempenho nas pesquisas, em que aparece atrás do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu o empresário Roberto Justus em Brasília há cerca de duas semanas. A reunião aconteceu no Palácio da Alvorada e não foi registrada na agenda presidencial.

Na ocasião, Justus conversou por mais de uma hora com o titular do palácio do Planalto sobre as suas percepções a respeito do cenário eleitoral atual e sugeriu estratégias de comunicação que poderiam ser adotadas pela campanha. Interlocutores avaliaram que o saldo do encontro foi positivo.

O empresário, que declarou voto no presidente em 2018, disse ao GLOBO que foi à Brasília a convite do atual coordenador de comunicação da campanha à reeleição, Fábio Wajngarten, e do empresário bolsonarista Luciano Hang.

— Fui convidado para colocar um pouco a minha visão e opiniões sobre o Brasil do momento, sobre eleição. Como eles acham que eu tenho uma boa visão das coisas, queriam que eu batesse um papo com o presidente. Eles estão ouvindo bastante gente — contou.

Justus afirmou que Bolsonaro foi “simpático”, “receptivo” e classificou o encontro como uma “contribuição” para o presidente. O empresário conta que não tratou objetivamente sobre suas preferências eleitorais, tampouco sobre uma eventual vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições deste ano, mas disse que o presidente sabe que conta com o seu apoio.

— Ele sabe. Mas não chegamos a falar de Lula, falamos de Brasil. Se estou na frente dele dando minhas opiniões, tentando contribuir, ele sabe que eu sou totalmente contra (à eleição do Lula) […] Ele não me perguntou se eu estou apoiando ou não, mas a minha ida até lá mostra que eu tenho uma preferência — disse Justus ao GLOBO.

Justus reiterou estar à disposição para novas contribuições, mas rechaçou a possibilidade de trabalhar para a campanha efetivamente. Ele também descartou a possibilidade de doar qualquer quantia para ajudar no projeto de reeleição.

— Isso (doação) eu nunca fiz e nunca farei. Posso ajudar com ideias, apoio, mas com doação nunca farei. Não tenho interesse — disse.

Em 2018, Roberto Justus participou de um vídeo de apoio ao então candidato Jair Bolsonaro. Na gravação, compartilhada à época nas redes sociais de Bolsonaro, o empresário diz que o então deputado federal era “polêmico”, mas deve ter se arrependido de algumas declarações feitas. Além disso, o descreveu como um candidato “correto”, com “boas ideias” e com “liberdade” para montar uma boa equipe.

Em 2021, no entanto, Justus criticou a condução da pandemia pelo governo federal. O posicionamento, no entanto, foi adotado apenas depois de ter um áudio relativizando a gravidade da pandemia vazado. Na gravação, ele reafirmava posicionamentos de Bolsonaro, como a defesa do isolamento apenas de idosos e pessoas com comorbidade. Também criticou o lockdown por receio dos efeitos econômicos. Para se defender do conteúdo vazado, Justus chegou a dizer em entrevistas que Bolsonaro exagerou ao sair em público durante a pandemia e que teria apressado o governo por decisões se soubesse da gravidade do vírus.

O Globo