Assediador da Caixa proibia roupas vermelhas
Durante evento interno nesta terça-feira (26), os vice-presidentes da Caixa Econômica Federal afirmaram que o uso de gravatas não será mais obrigatório na empresa. Em cima do palco, eles tiraram dos pescoços as peças que usavam durante o anúncio, acompanhados da presidente do banco, Daniella Marques.
A iniciativa tenta mostrar caráter simbólico no momento em que a Caixa busca implementar mudanças após a saída de Pedro Guimarães da presidência, motivada por denúncias de assédio sexual e moral.
A ideia no banco é que o fim da obrigatoriedade na utilização de gravatas simbolize a transição para um ambiente de trabalho mais colaborativo e informal e menos centralizado, em contraste marcado com a gestão anterior.
Entre as denúncias, Guimarães foi acusado de proibir peças de roupa vermelhas, devido à associação do PT com a cor.
A Caixa lançou no evento o programa #TemCaixaPraMais, que promete contratar 500 novos empregados para reforçar o atendimento nas agências, facilitar a movimentação de empregados entre as unidades e novas vagas para incentivos educacionais.
Com o escândalo das denúncias, Guimarães foi trocado por Marques, que até então ocupava uma secretaria especial no Ministério da Economia. Marques é próxima do ministro Paulo Guedes (Economia) desde a carreira na iniciativa privada e conquistou a confiança do presidente Jair Bolsonaro (PL) durante a gestão.
Além dos casos de assédio, a Folha revelou que executivos graduados que caíram em desgraça com Guimarães eram colocados para realizar tarefas de quem está iniciando na carreira.
O banco também custeou uma obra na casa que Guimarães alugava em Brasília, além de fornecer um aparato de luxo para as viagens de fim de semana que o ex-presidente realizava pela instituição financeira.
Folha