Bolsonarismo não tem candidato ao Senado em SP

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Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Pré-candidato ao governo de São Paulo pelo Republicanos, o ex-ministro da Infraestrutura do governo Jair Bolsonaro, Tarcísio de Freitas, procura um perfil político mais ao centro para disputar o Senado em sua chapa. Ele defende os nomes do ex-ministro de Ciência e Tecnologia Marcos Pontes (PL) e do ex-presidente da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf (Republicanos), segundo relato de interlocutores.

O PL, entretanto, atua para garantir a indicação do candidato a senador. Além de Pontes, que já iniciou uma pré-campanha para deputado federal, a deputada federal bolsonarista Carla Zambelli é cotada para o Senado e conta com a simpatia do presidente.

Assim como Carla Zambelli, Skaf é um nome bem visto por Bolsonaro. No entanto, o ex-presidente da Fiesp está no Republicanos desde abril, partido que já encabeça a chapa para governador. A vice está com o PSD, ocupada pelo ex-prefeito de São José dos Campos, Felício Ramuth, em uma composição costurada com Bolsonaro pelo presidente nacional da sigla, Gilberto Kassab, que ontem oficializou, em nota oficial, que o PSD irá se proclamar neutro na disputa presidencial, em sua convenção nacional.

Ainda ontem, o PTB, que também faz parte da aliança partidária da pré-candidatura de Tarcísio, lançou o nome de outra radical para o Senado: o da ex-deputada federal Cristiane Brasil, filha do ex-deputado Roberto Jefferson, que alinhou o partido com o bolsonarismo.

A disputa pela candidatura ao Senado na chapa de Tarcísio se acirrou a partir de decisão do apresentador José Luiz Datena (PSC) de desistir da corrida eleitoral – pela quarta vez – no dia 30 de junho, prazo limite imposto pela legislação eleitoral.

A divisão dentro do bolsonarismo no Estado então aumentou. A deputada estadual Janaina Paschoal (PRTB) concorre sem vínculo com candidaturas ao governo estadual. Ontem, ela fez uma postagem no Twitter lamentando a falta de apoio para sua postulação.

Também se coloca como pré-candidata ao Senado a médica bolsonarista Nise Yamaguchi (Pros), defensora do uso de cloroquina e do tratamento precoce para a covid-19 – ambos sem eficácia cientificamente comprovada.

Ainda no campo da direita, o ex-ministro da Educação de Bolsonaro Abraham Weintraub (Brasil-35, antigo PMB) pretende disputar o Palácio dos Bandeirantes contra o candidato do presidente. Weintraub lançou a pré-candidatura de seu irmão, Arthur, ao Senado. Desde que deixou o governo, em junho de 2020, Weintraub passou a fazer críticas com regularidade nas redes sociais à ligação de Bolsonaro com o Centrão, grupo de partidos que dá estabilidade política ao presidente.

O nome ao Senado na chapa de Tarcísio será oficializado em convenção no dia 30 de julho, em São Paulo. O ex-ministro tem afirmado que o critério para a escolha do candidato a senador vai considerar o desempenho em pesquisas eleitorais. As últimas pesquisas de intenção de voto para a corrida ao Senado em São Paulo apontaram o ex-governador Márcio França (PSB) na liderança, seguido por Janaina e Skaf, ambos em empate técnico.

Valor Econômico