Bolsonaro e filhos fizeram 801 ataques à imprensa só em 2021

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O presidente Bolsonaro e seus filhos Carlos, Eduardo e Flávio usaram o Twitter para fazer 801 ataques à imprensa entre janeiro de 2021 e maio de 2022. Os dados fazem parte de um levantamento da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) obtido com exclusividade pela coluna. O número representa mais de um ataque por dia.

O estudo mostra que ataques, críticas e tentativas de descredibilização foram encontrados em 73% dos tuítes em que os membros da família Bolsonaro mencionaram veículo de comunicação, jornalistas ou a imprensa de modo geral. Dos 14.918 mil textos de Bolsonaro e de seus filhos publicados na rede social que foram examinados, 1.097 fazem alguma referência à mídia ou seus profissionais, correspondendo 7,3% do total de tuítes no período. Desse montante, 801 posts são ataques.

O recordista de ofensas é o vereador Carlos Bolsonaro, que publicou 404 postagens sobre a imprensa no período analisado, sendo 351 de ataques, ou seja, 86,9%. Ele é seguido pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro, que postou 510 tuítes sobre o tema, sendo 340 ataques, o que corresponde a 66,6%. Depois vem o senador Flávio Bolsonaro, que fez 121 publicações relacionadas à mídia, sendo 76 ataques, o equivalente 62,8%. Já o presidente Bolsonaro publicou 62 tuítes sobre a imprensa, sendo 34 ataques, ou seja, 54,8%.

Mesmo sendo o membro da família que menos publica ataques à mídia, Bolsonaro é quem tem maior engajamento na rede social. As cinco postagens mais retuitadas e marcadas como favoritas relacionadas à ofensiva sobre a imprensa são do presidente.

A Abraji também mapeou influenciadores e atores políticos que atuam nos ataques juntos a Bolsonaro e seus filhos. Além de interagirem no Twitter com influencers bolsonaristas e críticos ao PT e à esquerda, os filhos do presidente também fazem comentários e repostagens de integrantes do governo, como o ministro Augusto Heleno (Gabinete-Chefe de Segurança Institucional), o ex-secretário especial de Cultura do governo, Mario Frias e deputados como o pastor Marco Feliciano.

O Globo