Bolsonaro não se reunirá com irmãos de petista morto
Foto: Reprodução
Jair Bolsonaro não está disposto a reconhecer que o petista assassinado por um seguidor seu, no Paraná, foi alvo de um crime político.
Essa foi a condição imposta por um dos irmãos de Marcelo Arruda, o tesoureiro do PT morto, para ele vir a Brasília e se reunir com Bolsonaro, como deseja o presidente.
Luiz Donizete (na foto acima) afirmou ao Blog do Noblat, no sábado, que coloca duas condições para se reunir com ele, no Palácio do Planalto:
“Eu quero que ele faça um pronunciamento pregando a paz, e reconhecendo que meu irmão foi vítima naquela situação” – disse Luiz. Num ato em Foz do Iguaçu, ontem, ele afirmou que seu irmão foi vítima de um “ato político”.
Ontem no final da tarde, Bolsonaro concedeu uma longa entrevista e falou sobre o assunto. A repórter Mariana Costa, do Metrópoles, questionou o presidente sobre as condições impostas por Luiz para vir a Brasília. Bolsonaro disse não ter elementos para saber se houve motivação política ou não, por não ter tido acesso ao inquérito, segundo ele.
E que também não irá admitir o crime político se não houver certeza somente para receber Luiz.
“Não tive acesso ao inquérito. Se alguém chegou lá gritando que aqui é Bolsonaro ou não. Não tenho condições. Não vou reconhecer aquilo que não tenho para ter uma entrevista com ele. Lamento a morte, não interessa se chegou gritando que é Bolsonaro, ou Lula. Se tinham richa antes. Não interessa” – disse Bolsonaro, se queixando que querem culpá-lo pelo crime.
No momento que Bolsonaro concedeu essa entrevista, no final do dia ontem, já circulava um vídeo com a declaração de uma vigia do clube onde ocorreu a festa que garantia que Jorge Guaranho, o policial que assassinou Marcelo, voltou para a festa com o carro em alta velocidade – a ponto de quase atropelá-la – e que gritou:
“Aqui é Bolsonaro, porra!”.