Convenção “secreta” mostra decadência do PSDB

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Foto: Reprodução

O PSDB realiza a partir das 11h desta quarta-feira, 27, na sua sede em Brasília, a convenção nacional do partido mais modesta de sua história: com metade presencial, metade virtual, a legenda não deve decidir nada muito relevante, nem mesmo quem será (e se será) o vice da senadora Simone Tebet (MS), cujo nome deverá ser homologado hoje pelo MDB.

A convenção tucana será realizada junto com o Cidadania, partido com o qual os tucanos formaram uma federação – novidade desta eleição, a junção vale por quatro anos para todas as esferas eleitorais (federal, estadual e municipal).

O evento é quase secreto, ao ponto de não haver nenhuma menção a ele nos perfis oficiais dos partidos, nem de seus principais dirigentes. O último post do presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, no Twitter é de 10 de julho. No perfil oficial do PSDB, a única publicação do dia é sobre um “bate-papo descontraído” com o prefeito tucano de Ribeirão Preto (SP), Duarte Nogueira.

O encontro será o mais modesto da história do partido, fundado em 1988, e que sempre teve papel importante em todas as eleições presidenciais desde a redemocratização do país. Disputou com Mário Covas em 1989, venceu no primeiro turno com FHC em 1994 e 1998 e sempre foi ao menos ao segundo colocado nas disputas com o PT em 2002, 2006, 2010 e 2014.

A derrocada política começou em 2018, quando o partido teve com Geraldo Alckmin o pior desempenho de sua história, com apenas 4,8% dos votos válidos, e perdeu a hegemonia na centro-direita para o vitorioso Jair Bolsonaro.

Na eleição deste ano, o partido chegou a ensaiar uma reviravolta para tentar retomar o protagonismo eleitoral, com a realização de inéditas e democráticas prévias no final do ano passado para escolher o seu presidenciável. Mas tudo deu errado. João Doria saiu vencedor, mas seu nome nunca foi aceito integralmente pelos caciques, foi sabotado internamente e desistiu.

Agora, o PSDB pode, no máximo, indicar o candidato a vice na chapa de Tebet, o que seria inédito na história do partido. A senadora quer Tasso Jereissati, mas o cacique, um dos últimos dos tempos de ouro do tucanato, não está animado com a missão.

Há possibilidade de, na convenção de hoje, os dois partidos decidirem por um candidato a vice que nem seja do PSDB. O nome mais cotado é o da senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA), que se destacou na CPI da Pandemia e já foi cotada para ser vice de Sergio Moro (União Brasil) e do próprio Doria.

De qualquer forma, na prática deve ocorrer com o PSDB o mesmo que ocorrerá com o MDB: os diretórios locais terem liberdade para fazerem as suas alianças independentemente da caminhada dos partidos em nível nacional.

Diante da relevância história para a democracia brasileira, é muito pouco para o PSDB.

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