Fachin diz que Bolsonaristas tocarão terror se Bolsonaro perder

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Foto: AP Photo/Manuel Balce Ceneta,Arquivo

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Edson Fachin, admitiu que há o risco de acontecer, no Brasil, um episódio semelhante à invasão do Capitólio, nos Estados Unidos. “Nós poderemos ter um episódio ainda mais agravado do 6 de janeiro, do Capitólio”, disse o ministro nesta quarta-feira, durante uma palestra em Washington.

Em 6 de janeiro de 2021, durante a sessão conjunta do Congresso americano que confirmaria a vitória de Joe Biden, apoiadores do então presidente, Donald Trump, invadiram o prédio do Capitólio, após passar meses alegando fraude nas votações. O ataque resultou em cinco mortes. Muitos foram presos e condenados depois disso. A responsabilidade de Trump segue em debate por uma comissão.

No Brasil, o presidente Jair Bolsonaro tem levantado uma série de suspeitas infundadas sobre o sistema de votação e lançado dúvidas sobre a integridade do resultado das eleições de outubro.

Em sua fala, Fachin não mencionou o presidente, mas citou seis condições que considera fundamentais para evitar que um distúrbio social aconteça no Brasil depois das eleições.

A primeira, disse, é a Justiça Eleitoral fazer o “dever de casa” de organizar as eleições e garantir que os eleitos sejam empossados. “Portanto, a primeira condição é que Justiça Eleitoral cumpra sua missão e nós iremos cumprir. O Judiciário brasileiro não vai se envergar”, disse.

A segunda condição importante, defendeu, é a participação da sociedade brasileira, que deve atuar para garantir a manutenção da democracia.

Ele também apontou, em terceiro lugar, que o Parlamento também esteja atento aos desdobramentos depois de encerrado o pleito e tenha “solidariedade institucional” com o Judiciário. “Até porque se houver a diluição de um dos Poderes, em seguida, certamente, também poderá haver do outro lado da rua.”

Para o ministro, a quarta condição é que as forças de segurança sejam instituições de Estado, não de governo. “As Forças Armadas, que já elogiei pelo papel de apoio logístico e operacional nas eleições, são definidas pelo artigo 142 da Constituição como forças nacionais, regulares e permanentes para atender a estabilidade dos Poderes do estado. Portanto, quando chamadas a esta arena pública são para defender as instituições, para gerar segurança institucional e não o contrário”, apontou.

Em quinto lugar, o presidente do TSE citou a participação da comunidade internacional, e por último, a atuação da imprensa livre.

Valor Econômico