Fachin é pressionado a se entender com milicos
Foto: Divulgação/STF/Rosinei Coutinho
Parte dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) tem defendido que Edson Fachin, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), marque uma reunião com o ministro da Defesa, o general Paulo Sérgio Nogueira, antes de deixar o comando da corte, em agosto.
Para esses magistrados, o encontro seria mais uma tentativa de distensionar o ambiente diante das constantes ameaças feitas pelo presidente Bolsonaro sobre as eleições. A avaliação desses ministros é que, se Fachin tiver a iniciativa de marcar o encontro, isso não iria ferir a independência que o TSE tem trabalhado para mostrar em meio às pressões do governo e funcionaria também como um gesto às Forças Armadas.
Como a coluna informou, magistrados do STF, especialmente aqueles conhecidos por serem mais alinhados a Bolsonaro, entraram em campo para tentar diminuir a desconfiança do presidente e de outros membros do governo sobre as urnas. Esses ministros também procuraram o chefe da pasta da Defesa para tratar do tema e saíram otimistas da conversa.
O general Nogueira já externou a integrantes do Supremo sua insatisfação ao não conseguir ter uma agenda com Fachin no início de maio. O ministro da Defesa chegou a mencionar em um ofício ao TSE “a impossibilidade de ver concretizada” uma reunião solicitada por ele com o presidente da corte eleitoral. Desde então, o Ministério da Defesa passou a registrar toda sua comunicação com o tribunal em ofícios.
Fachin tem sinalizado que o comitê de transparência do TSE é o melhor espaço para qualquer debate envolvendo as eleições.