Lula diz que fiscalizar eleição não é “papel das Forças Armadas”

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Foto: O Globo

Ex-presidente e pré-candidato à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que não é papel das Forças Armadas participar do processo eleitoral. A declaração foi dada numa entrevista à “Rádio Metrópole” de Salvador, nesta manhã, em reação à insistência de setores militares em propor mudanças à Justiça Eleitoral em ano eleitoral.

O petista declarou que a fiscalização das eleições cabe à sociedade civil, e que os ataques feitos pelo presidente Jair Bolsonaro à urna eletrônica é uma tentativa de “criar confusão para fazer a mesma coisa que o (ex-presidente americano Donald) Trump fez nos Estados Unidos”. Em janeiro de 2021, Trump incitou seus apoiadores a invadirem o Congresso americano e interromperem o processo de transição democrática entre seu mandato e o do presidente eleito, Joe Biden.

— O papel das Forças Armadas não é cuidar de urna eletrônica. Quem tem que cuidar de urna eletrônica é a Justiça Eleitoral, quem tem que fiscalizar é a sociedade civil, e quem tem que fazer as mudanças é o Congresso Nacional. Esse cidadão (Bolsonaro) que não acredita nas urnas eletrônicas foi eleito vários mandatos de deputado pelo voto eletrônico — afirmou.

Lula disse que as Forças Armadas deveriam se incumbir de sua “função muito nobre” de garantir a soberania nacional, vigiando as fronteiras secas e marítimas, em vez de se preocupar com o sistema de votação. O petista centrou as críticas em “alguns militares ligados ao Bolsonaro”. E também disse que o presidente “roubou em 2018, sendo eleito contando mentiras”.

O Globo