
Marina resiste a ser vice de Haddad
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Cotada para compor a chapa petista na disputa pelo governo de São Paulo, a ex-senadora Marina Silva (Rede) afirmou ontem que trabalha para que o pré-candidato Fernando Haddad (PT) tenha uma mulher como vice.
Marina disse que se “soma ao esforço” de buscar uma mulher para participar da chapa de Haddad, mas desconversou sobre a possibilidade de ser a indicada para a vaga. A ex-senadora reforçou que pretende concorrer à Câmara dos Deputados, mas as negociações em torno da pré-candidatura petista se intensificaram nesta semana.
“Queremos uma mulher na vice de Haddad. Estamos buscando essa construção. Obviamente que eu me somo a esse esforço, mas temos priorizado, sim, a candidatura a deputada federal, imbuídas de elegê-lo [Haddad] para termos alternância de poder”, afirmou Marina, ao lembrar que o PSDB está há quase 30 anos no comando de São Paulo, com sete mandatos consecutivos.
Em entrevista ao “Jornal Z Norte”, de Sorocaba, no interior paulista, a ex-senadora e ex-petista disse que recebe com “humildade” e “gratidão” os rumores de que poderia ser vice de Haddad.
“O fato disso ser cogitado eu recebo com muita humildade e com muita gratidão. Mas a nossa prioridade, a minha prioridade é a pré-candidatura ao Congresso Nacional. Lá está a agenda que historicamente eu sempre lutei, desde os 17 anos até agora, e que está extremamente ameaçada”, afirmou ao “Jornal Z Norte”. “Eu trabalho para Fernando Haddad se eleger e que ele encontre a melhor vice para compor com ele, se isso for possível.”
Fundadora do Rede, Marina disse que o partido está empenhado em aumentar a bancada no Congresso e superar a cláusula de barreira, e afirmou que sua pré-candidatura a deputada federal será para tentar impedir a destruição de políticas públicas pelo Congresso.
Porta-voz do diretório do Rede de São Paulo, Giovanni Mockus reforçou que a prioridade do partido é que Marina concorra à Câmara. No entanto, disse que cabe à ex-senadora definir se manterá esses planos ou se será vice de Haddad. “O cenário não mudou e Marina continua como pré-candidata a deputada federal”, afirmou Mockus. “Mas com o tamanho [político] que Marina tem, é ela quem toma a decisão, não o partido”, disse.
O porta-voz do Rede disse que poderia oferecer outras indicações de mulheres para a chapa de Haddad, como a deputada estadual Marina Helou e a dirigente Mariana Lacerda. Citou ainda dois homens como possibilidade: o ex-presidente do Inpe Ricardo Galvão, que é pré-candidato a deputado federal, e o ambientalista João Paulo Capobianco.
Haddad intensificou nesta semana as negociações com os seis partidos de sua chapa (PT, PSB, Psol, PV, Rede e PCdoB) para definir a vice, depois que o ex-governador Márcio França (PSB) desistiu de concorrer ao governo do Estado e aceitou ser candidato ao Senado na chapa petista. O pré-candidato disse que poderá escolher o vice até o fim da próxima semana.
O petista tem buscado uma composição com a ex-senadora, mas cogita também nomes de outros partidos. O ex-prefeito de Campinas e ex-tucano Jonas Donizette (PSB) tem ganhado força nas negociações para ser indicado a vice. Outro nome cotado é o da médica e ex-secretária municipal Marianne Pinotti, também do PSB.
O Psol reivindica a vice, mas o PT já deu recados de que a legenda não indicará um nome para a vaga. Com a possibilidade de não participar da escolha, parte do Psol passou a defender a indicação de um nome do Rede. Neste ano, Psol e Rede formaram uma federação para disputar as eleições.