MPF critica Aras por não abrir inquérito contra Bolsonaro

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Foto: Pedro França/Agência Senado

Colegas do procurador-geral da República no Ministério Público Federal avaliam que Augusto Aras deveria abrir inquérito para investigar o presidente Jair Bolsonaro por suspeita de vazar o sigilo de uma operação da Polícia Federal contra o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro.

Segundo eles, há indícios suficientes para a abertura dessa investigação.

O Supremo Tribunal Federal (STF) já encaminhou à Procuradoria-Geral da República (PGR) quatro pedidos impetrados no tribunal por partidos da oposição solicitando a abertura de inquérito contra o presidente Bolsonaro por violação de sigilo e obstrução de Justiça.

Até agora, a equipe de Augusto Aras não deu parecer em nenhum dos quatro pedidos. A expectativa do governo é que Aras peça, no máximo, uma investigação preliminar, como já fez em outros pedidos envolvendo o nome do presidente da República.

Segundo procuradores da República ouvidos pelo blog, a Polícia Federal já coletou informações que demandam uma abertura de inquérito contra o presidente, com alguns procedimentos básicos a serem adotados imediatamente, como um depoimento de Milton Ribeiro para ele esclarecer o que está no diálogo dele com a filha, captado pelos agentes.

Na conversa, o ex-ministro disse à filha ter conversado por telefone com o presidente Bolsonaro, que estava nos Estados Unidos, quando ele havia dito achar que seu ex-ministro seria alvo de uma operação de busca e apreensão.

Os procuradores avaliam que não basta apenas ouvir Milton Ribeiro, mas também checar as ligações telefônicas dele com o presidente, quando aconteceram, como ocorreram.

Os procuradores avaliam ainda que é preciso checar, neste inquérito, se os agentes que cumpriram os mandados encontraram na casa de Milton Ribeiro um cenário de quem havia feito uma “limpeza do ambiente” para evitar a apreensão de dados e documentos que pudessem comprometer o ex-ministro.

Augusto Aras não tem prazo para responder os pareceres, mas deve ser cobrado em breve pelo STF, que também vai encaminhar à PGR para posicionamento a devolução para o tribunal do inquérito que investiga o ex-ministro Milton Ribeiro.

Com a saída dele do governo, o inquérito saiu do STF e foi para a primeira instância.

Agora, com a citação do nome do presidente nas investigações, a Justiça Federal decidiu devolver o inquérito para o Supremo, que decretou sigilo no processo.

A oposição, que entrou com os pedidos para investigação contra Bolsonaro, teme que Aras proceda como em casos anteriores, praticamente engavetando os casos. Por isso, senadores e deputados da oposição defendem que o STF determine a investigação do presidente.

G1