PSDB e ala tebetista do MDB fazem acordo

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Foto: Ton Molina/Fotoarena/Agência O Globo

A pré-candidatura da senadora Simone Tebet (MDB-MS) à Presidência deu um passo ontem para destravar a aliança com o PSDB. A executiva do MDB no Rio Grande do Sul aprovou iniciar o debate para apoiar o ex-governador tucano Eduardo Leite (PSDB) na disputa ao Palácio Piratini. Essa foi a primeira vez que a sigla admitiu uma composição em nível local com os tucanos. Apesar disso, a senadora continua enfrentando resistências internas à sua pré-candidatura. Um grupo formado por ex-governadores e caciques do MDB vai se reunir com o ex-presidente Lula na próxima segunda-feira para acertar os palanques estaduais em que estarão juntos.

A chapa única na eleição ao governo gaúcho foi uma exigência feita pelo PSDB para os tucanos apoiarem Tebet. Até então, o diretório do Rio Grande do Sul vinha resistindo a abrir mão da pré-candidatura do deputado estadual Gabriel Souza.

A mudança ocorre cerca de uma semana depois de a executiva nacional do MDB aprovar por unanimidade um indicativo de apoio a uma aliança com o PSDB e o Cidadania para a disputa ao governo do Rio Grande do Sul. Ontem, na reunião da executiva estadual do partido, houve apenas um voto contrário, do deputado bolsonarista Osmar Terra.

— Hoje (ontem) tivemos um movimento muito importante. A executiva estadual reconheceu a importância da construção do centro democrático no Rio Grande do Sul, assim como a gente está fazendo no Brasil — disse o presidente nacional do MDB, deputado Baleia Rossi, em entrevista coletiva em Porto Alegre. — Foi um grande passo para que a gente possa unir forças no Rio Grande do Sul e nacionalmente.

Uma outra ala do MDB, porém, aproveitou a passagem do ex-presidente Lula por Brasília para discutir o apoio à pré-candidatura do petista ao Palácio do Planalto. Em conversa com Lula, o senador Eduardo Braga (MDB-AM) fechou apoio à sua candidatura no Amazonas. Também foi acertado que PT e MDB estarão juntos em mais nove estados: Maranhão, Ceará, Bahia, Rio Grande do Norte, Alagoas, Pará, Piauí, Pernambuco e Paraíba.

Apesar de defender a pré-candidatura de Tebet, a direção do MDB liberou caciques do partido a fecharem palanques com Lula nos estados. Um dos apoiadores de Lula no partido, o senador Renan Calheiros (AL) participará da agenda em São Paulo com o ex-presidente na próxima segunda-feira. Ele afirma que além de definir a composição desses dez palanques estaduais, há chances de trazer outros quatro estados para aliança.

Parte das lideranças do MDB alinhadas a Lula defende que haja um esforço para pressionar o MDB a retirar a candidatura de Tebet. Outro grupo avalia que a direção já os liberou para negociar os palanques e que isso é suficiente.

Ontem, o presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, afirmou que a eventual falta de acordo com o MDB do Rio Grande do Sul em torno da pré-candidatura de Eduardo Leite deve resultar em um menor “engajamento” do partido na disputa presidencial.

O dirigente do PSDB expôs o que muitos tucanos já têm dito nos bastidores, que não faz sentido o PSDB mudar de presidenciável agora, após rifar João Doria da disputa. Mas que não haverá empenho em favor de Tebet se a aliança no Rio Grande do Sul não sair.

O presidente nacional do MDB, Baleia Rossi, classificou o indicativo aprovado ontem pelo diretório gaúcho como um “avanço significativo”. A definição só deve vir daqui a 20 dias, durante as convenções partidárias.

O Globo