Tucano que Moro prendeu o apoia para o Senado

Destaque, Todos os posts, Últimas notícias

Foto: Ag. O Globo

Sergio Moro tem um almoço marcado nesta segunda-feira com César Silvestri Filho, pré-candidato do PSDB ao governo do Paraná e ex-prefeito do município de Guarapuava. Os dois foram correligionários no Podemos, saíram da sigla para se viabilizar eleitoralmente (o ex-juiz foi para o União Brasil e Silvestri virou tucano) e, agora, discutem um apoio mútuo e, quem sabe, a formação de uma chapa.

Silvestri ainda não anunciou preferência a senador, enquanto Moro busca alianças para tentar se viabilizar ao cargo. A princípio, o encontro é tratado como uma “primeira conversa”, mas ninguém nega que uma aliança será discutida à mesa.

No entanto, na rota da dupla, há um percalço chamado Beto Richa, outrora réu de Moro na Lava-Jato numa investigação sobre favorecimentos à Odebrechet.

Após ter sido preso três vezes, o ex-governador paranaense se tornou, há dois meses, presidente do PSDB no estado. Pelo aval dele, passará qualquer movimentação relativa a Moro.

Richa, no entanto, se tornou crítico do ex-magistrado que, em 2018, decretou buscas em seus endereços e prendeu seu braço direito à época. Em entrevista ao jornal local “Folha de Londrina”, em maio, o cacique político afirmou que a Lava-Jato era uma “fraude” e que as empreitadas eleitorais de Moro e de Deltan Dallagnol mostram que, em vez do combate à corrupção, ambos só queriam “o poder”. Declarações que tornam o almoço de hoje indigesto para ambas as partes, de maneira antecipada.

Se driblar as resistências de Richa, Moro estará se aliando ao líder de um grupo em que, nas palavras dele, praticou “crimes de grande corrupção e de complexas operações de lavagem de dinheiro”. E terá três meses para convencer o próprio eleitor de que a costura faz sentido.

O Globo