Tucanos se aliam a bolsonaristas em SP
Foto: Fábio Vieira e Rafaela Felicciano/Metrópoles
Embora não admitam publicamente, políticos dos dois lados entendem que, apesar das diferenças entre bolsonaristas e tucanos, ambos têm o PT como “inimigo em comum”.
As pesquisas indicam que tanto o ex-presidente Lula, na eleição presidencial, quanto o petista Fernando Haddad, que disputará o governo paulista, já estão praticamente garantidos no segundo turno. Logo, representam o maior obstáculo para os projetos de reeleição de Bolsonaro e Garcia, respectivamente.
O presidente da República insistiu para que Tarcísio de Freitas, que foi seu ministro da Infraestrutura, saísse candidato a governador em São Paulo. A ideia ao lançar Tarcísio, filiado ao Republicanos, era assegurar um palanque genuinamente bolsonarista no maior colégio eleitoral do país.
Alguns episódios recentes, porém, mudaram a percepção dos aliados do presidente. Um deles foi a saída de João Doria, algoz de Bolsonaro, da corrida pelo Planalto — Rodrigo Garcia daria palanque no estado para o ex-governador tucano, de quem era vice.
Políticos do PL e do PP, partidos da coligação de Bolsonaro, já apoiam à reeleição de Garcia, o que tem contribuído para a aproximação.
Coordenador da campanha do pai, o senador Flávio Bolsonaro, também filiado ao PL, tem conversado com aliados de Garcia sobre a importância de ambos caminharem juntos em um eventual segundo turno contra o PT. O filho 01 do presidente sabe que, para derrotar Lula, o atual presidente teria que contar com os votos dos eleitores tucanos de São Paulo.
Garcia, por sua vez, tem forte atuação junto ao eleitorado conversador do interior paulista, majoritariamente antipetista, e já adota um discurso alinhado ao bolsonarismo, especialmente na área da segurança pública. “Não tenho dúvida que se esse for o cenário do segundo turno nós teremos o Bolsodrigo”, resume um aliado do tucano, atualizando o nome da dobradinha Bolsodoria das eleições de 2018.