Viúva de petista assassinado diz que Bolsonaro mente

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Foto: Reprodução

A policial civil Pâmela Suellen Silva diz que o presidente Jair Bolsonaro distorce os fatos ao se manifestar sobre o assassinato de seu marido, o guarda civil e tesoureiro do PT Marcelo de Arruda. Em duas entrevistas concedidas ontem, a viúva criticou a abordagem do presidente, que ligou para irmãos da vítima. Para ela, o presidente está mais preocupado com a repercussão do caso.

Arruda foi morto a tiros pelo policial penal Jorge Guaranho, que nas redes se declara apoiador de Bolsonaro. O crime ocorreu no sábado (9), durante a festa de aniversário do petista, em Foz do Iguaçu (PR), que tinha o PT como tema de comemoração. Segundo relatos das testemunhas, o crime teve motivação política em razão de palavras de apoio a Bolsonaro proferidas por Guaranho antes dos disparos.

“Acredito que Bolsonaro está preocupado com a repercussão política, porque, tanto no vídeo que fez no cercadinho como no que conversa com os irmãos do Marcelo, Bolsonaro diz que estão tentando colocar a culpa nele”, afirmou a viúva à jornalista Bela Megale, colunista do jornal “O Globo”.

Bolsonaro fez uma chamada de vídeo ontem com dois irmãos da vítima, que são apoiadores do presidente e não estavam no local do crime.

“Se porventura tenha tido uma troca de palavras entre vocês, não justifica o cara voltar armado e fazer o que ele fez. A imprensa obviamente e quase toda a esquerda está quase que botando no meu colo a ação desse cara”, disse o presidente. Até esse momento, Bolsonaro não havia manifestado solidariedade à família de Arruda.

O presidente ainda convidou os familiares a viajarem a Brasília para conceder uma entrevista coletiva justificando que isso ajudaria a “pacificar” o país. Ao longo do dia ontem, Bolsonaro minimizou o crime e criticou a reação de convidados da vítima, que agrediram o autor dos disparos.

“Não imaginei que Bolsonaro chegasse ao ponto de deturpar a real história, dizer que o cara não foi por motivos políticos lá. Então, por que ele foi? Se a gente não conhecia ele, se a gente não sabia quem ele era? Ele tirou a vida do meu marido porque Marcelo era gordo, barrigudo? Óbvio que foi por motivo político”, afirmou Pâmela Silva a Chico Alves, colunista do portal UOL.

O crime está em investigação pela Polícia Civil do Paraná. Guaranhos segue internado, sem previsão de alta. Após atirar contra Arruda, o petista reagiu e também atingiu o policial com tiros.

Valor Econômico