3a via quer agora o que não consegue há um ano

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Foto: Rodolfo Buhrer/La Imagem/Fotoarena

Começa na sexta-feira a campanha eleitoral no rádio e na televisão. É uma grande disputa. São 28.274 candidatos à caça de um dos 1.627 mandatos disponíveis, incluindo o de presidente e de governador (27).

É programa “grátis”, ou seja, pago com o dinheiro dos impostos e com débito direto no orçamento: custa cerca R$ 700 milhões em renúncia fiscal.

Nas eleições gerais passadas, em 2018, a influência das redes sociais indicou um declínio da influência da campanha pelo rádio e pela televisão.

Aconteceu, mas lá se foram quatro anos. Desde então, políticos perceberam que as redes sociais são relevantes, sim, mas funcionam como armadilha: a mensagem fica represada numa bolha, não vai muito além do grupo de seguidores.

Por isso, a expectativa dos candidatos sobre os efeitos da propaganda no rádio e na televisão sobre o eleitorado que, segundo as pesquisas, ainda está pouco engajado, ou mobilizado — ultrapassa 50%, por exemplo, a média de indecisão nos estados sobre a disputa para o Senado e a Câmara.

Na força da difusão pelo rádio e tevê está a esperança de candidatos presidenciais como Ciro Gomes (PDT), Simone Tebet (MDB), Vera Lúcia (PSTU) e Soraya Thronicke (União Brasil), entre outros minoritários nas pesquisas. Acreditam ser possível “furar” a bolha e atravessar o samba de Lula–Bolsonaro, que há ano e meio prevalece para dois terços dos entrevistados nas sondagens eleitorais. Começam amanhã a ofensiva final contra os dois candidatos.

Para os eleitores, a propaganda funciona como um guia para escolha num oceano de ofertas, na maior parte reconhecidas vigarices.

Há, sempre, momentos típicos de uma viagem no trem-fantasma da política nacional, com aspirantes exóticos como o candidato “Defunto” que durante algumas temporadas eleitorais no Rio aparecia repetindo o slogan: “Político bom é político morto.” Depois de três campanhas, o candidato “Defunto” faleceu nas urnas. Por absoluta inanição de votos.

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