Após a USP, Unicamp vê risco de golpe e divulga carta
Foto: Luciano Claudino/Código 19/Folhapress
A Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) divulgará no próximo dia 11 de agosto seu próprio manifesto em defesa da democracia, que se somará a outras iniciativas semelhantes em gestação.
O “Manifesto da Unicamp pela Democracia” já conta com 600 signatários, encabeçados por diversos professores eméritos, como Carlos Vogt, Rogério Cezar de Cerqueira Leite e Maria Stella Bresciani, entre outros.
“A Universidade Estadual de Campinas, criada logo após o golpe civil-militar de 1964, conviveu –durante as suas duas primeiras décadas– com a falta de liberdades democráticas, a censura nos planos da educação e da cultura e a repressão política”, começa o texto, que em seguida menciona a história de resistência da entidade contra o arbítrio.
“Com destemor e firmeza, a universidade procurou manter sua autonomia acadêmica e científica, bem como sua independência política e ideológica, diante das frequentes ameaças, vindas de agentes e aparelhos da ditadura militar”, afirma o documento.
O manifesto traça ainda um paralelo com a situação atual, em que o presidente Jair Bolsonaro (PL) faz ameaças a instituições e ataca o sistema eletrônico de votação.
”A dois meses das eleições de outubro, setores democráticos da sociedade civil se mobilizam, pois a democracia no Brasil está sendo, cotidianamente, atacada por altos dirigentes do atual governo. Não se trata de uma afirmação retórica: a democracia no Brasil está em risco! Neste momento, a comunidade acadêmica da Unicamp, igualmente, não deve se silenciar!”.
O manifesto está aberto na internet para ser assinado por professores, estudantes e funcionários da universidade.
Ele se soma a documentos em defesa da democracia que estão sendo organizados pela Fiesp e ex-alunos da Faculdade de Direito da USP. Este último já tem mais de 800 mil assinaturas.