Bolsonaro não assinará Carta pela Democracia

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Foto: Adriano Machado/Reuters

O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta terça-feira, 2, que não precisa assinar o manifesto pela democracia organizado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). O documento foi articulado em meio aos ataques sem provas do chefe do Executivo sobre o sistema eleitoral brasileiro. Ele também alegou que “a princípio” deve participar de debates eleitorais durante a campanha independente da presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

“Essa carta é política, não preciso dizer se sou democrático ou não”, declarou Bolsonaro em entrevista ao SBT. “Não precisa de carta, comprovo que sou democrata pelo que fiz”.

A carta da Fiesp deve ser lida no dia 11 de agosto, junto a outro documento de teor semelhante organizado pela Faculdade de Direito da USP. Mais cedo, em outra entrevista, Bolsonaro chamou de “cara de pau” e “sem caráter” os signatários da carta pela democracia da USP.

O presidente também afirmou “a princípio” a ideia é comparecer aos debates eleitorais. “Eu pretendo ir aos debates, na política tudo é dinâmico”, ponderou. Ele garantiu que a decisão não depende da presença de Lula, seu maior rival na disputa pelo Palácio do Planalto. “Não vou dar bola.”

Ao detalhar o que pretende dizer nos debates, Bolsonaro afirmou que vai destacar as políticas do governo para as mulheres, segmento do eleitorado no qual enfrenta grande rejeição. “Defendo as mulheres do Brasil. 90% dos títulos da reforma agrária são para mulheres”, disse, na entrevista.

“Não quero que o BNDES volte a emprestar dinheiro para ditaduras”, acrescentou, em nova pista da retórica a ser adotada após o início efetivo da campanha eleitoral, em 16 de agosto.

Estadão