Ciro tentará igualar Lula a Bolsonaro no JN

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Foto: Marcela Villar/Estadão

O candidato Ciro Gomes (PDT) concede entrevista ao Jornal Nacional, da TV Globo, nesta terça-feira, 23, a partir das 20h30. O candidato é o segundo convidado da série de entrevistas, que receberá os principais presidenciáveis ao longo da semana, marcada ainda pelo início da propaganda eleitoral no rádio e na TV, dia 26.

Ciro assumiu a terceira posição na corrida presidencial e ali permaneceu desde que o ex-juiz Sérgio Moro (União Brasil) saiu da disputa. De acordo com a última rodada da pesquisa do Instituto FSB, divulgada nesta segunda-feira, 22, o candidato do PDT tem 6% das intenções de votos, 2 pp a menos do que os 8% da pesquisa da semana passada.

Para o cientista político Marco Antônio Carvalho Teixeira, professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), dois fatos são certos em relação à presença de Ciro no Jornal Nacional: o candidato apostará em uma ‘língua afiada’ – já conhecia pelo eleitorado – com crítica aos seus dois oponentes líderes das pesquisas e irá tentar se vender novamente como terceira opção de voto. “A expectativa é que o Ciro venha com língua afiada e que ele atire tanto em Bolsonaro quanto em Lula, tentando ainda viabilizar, nesses 40 dias que restam para eleição, aquilo que ele não conseguiu viabilizar em mais de um ano de campanha que é ampliar aí suas intenções de votos e tentar, de todo o modo, se colocar como a já naufragada terceira via”, disse Teixeira.

Durante a pré-campanha, Ciro tentou se vender como opção de voto para aqueles que não desejam a continuidade do mandato de Jair Bolsonaro (PL) e nem a volta do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas as tentativas não foram satisfatória para o candidato conquistar alianças com outros partidos. O resultado foi a apresentação de uma chapa pura do PDT para as eleições de 2022, com a vice-prefeita de Salvador, Ana Paula Matos, como vice-presidente.

Ciro já citou em mais de uma entrevista que essa é a última disputa presidencial que ele pretende concorrer. Assim, nesse cenário, Teixeira acredita que o candidato pode também usar a entrevista como uma oportunidade de falar sobre propostas e “se mostrar diferente”, mesmo sendo um “momento em que a capacidade de alavancar e conquistar novos eleitores seja bastante reduzida”, devido ao caminho em que sua campanha eleitoral traçou.

O candidato do PDT esteve, recentemente, na televisão durante entrevista ao Roda Viva da TV Cultura no dia 15 de agosto e manteve o seu posicionamento de criticar seus adversários. No programa, Ciro defendeu que uma possível eleição do ex-presidente Lula será o “maior estelionato eleitoral do planeta” e ainda criticou o ex-aliado por alimentar a “expectativa de picanha e cerveja” na população e o discurso do combate ao fascismo, em detrimento do debate na campanha sobre a crise econômico-social que vive o Brasil. Ciro também chamou Lula e Bolsonaro de “dois corruptores”.

Estadão