E Anitta se politiza cada vez mais

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Foto: Arte / Agência O Globo

A cantora Anitta acenou, na noite desta quarta-feira em seu perfil no Twitter, para o pré-candidato do PDT ao governo do Rio, Rodrigo Neves. Provocada por um comentário do pedetista, que disse querer conversar com ela sobre suas propostas, a artista sinalizou positivamente para um bate-papo. Nas últimas semanas, ela tem esboçado uma espécie de chapa própria, que inclui o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o deputado Alessandro Molon (PSB).

A interação com Rodrigo Neves começou quando Anitta comentou em uma publicação que dizia que seu apoio era do pré-candidato do PSB, o deputado Marcelo Freixo, na disputa para o governo do Rio. Segundo a cantora, só houve manifestação em favor de Molon e sua escolha para o Palácio Guanabara ainda está em aberto.

 

“Não apoiei, não. Apoiei o molon. Ainda não me decidi quanto a governador. Ainda estou estudando as opções votáveis”, escreveu.

Rodrigo Neves, então, aproveitou a deixa e sinalizou à cantora, anunciando sua candidatura ao governo do Rio e propondo uma conversa para apresentar suas propostas. Antes de aceitar, no entanto, a cantora quis saber a opinião da população de Niterói, cidade em que o político foi prefeito por dois mandatos consecutivos, de 2013 a 2020. Ela voltou a se referir ao presidente Jair Bolsonaro como “Voldemort”, o vilão da saga Harry Potter, e perguntou se havia alguma relação dele com o chefe do Planalto.

Com o retorno positivo de outra internauta, que se disse moradora da cidade, Anitta então decidiu abrir o caminho para o diálogo com o pedetista.

“Olhaaaa o povo de Nikiti satisfeito…. vambora então heinnnn… nikiti falou tá falado”, completou, ao se referir à cidade pelo apelido.

 

Ao responder a artista, Rodrigo Neves disse que nunca foi e nunca será “vassalo do Voldermort”.

“Será uma honra poder conversar com você”, disse o ex-prefeito.

O aceno da cantora ao político é mais um dos acenos políticos que Anitta tem feito nas últimas semanas. Depois de dizer que analisaria todos os candidatos para decidir em quem votar nas eleições deste ano, ela mudou de ideia e declarou voto no ex-presidente Lula, em julho, com ressalva de que votaria nele mesmo não sendo petista. A mudança aconteceu depois do assassinato de um tesoureiro do PT em Foz do Iguaçu, no Paraná, por um apoiador de Jair Bolsonaro.

Desde então, Anitta já ofereceu ajuda ao petista para projetá-lo nas redes sociais, o que já teve efeito nos perfis do ex-presidente. Mas ela fez questão de deixar claro, também, que o apoio não se aplicaria automaticamente a todos os nomes do PT, que tentaram surfar na repercussão do tema.

Já nesta semana, a vaga do Senado em sua chapa própria foi preenchida pelo deputado Alessandro Molon. O movimento foi similar ao de Rodrigo Neves: Molon pediu apoio da artista nas redes e teve resposta positiva. Com o pessebista, porém, ela foi ainda mais direta.

“Voltei do retiro espiritual achando que já tinha um candidato pra votar.. To te esperando”, escreveu a artista para o deputado.

A interação de Anitta com Rodrigo Neves — e a afirmação de que ainda não definiu se vai apoiar Freixo — acontece em meio a um impasse do PT, de Lula, com o PSB, por divergências no estado do Rio. Já que apoiam Freixo, os petistas reivindicam a retirada da candidatura de Molon ao Senado em favor de André Ceciliano (PT), pré-candidato à mesma vaga.

Caso o acordo não seja cumprido, o PT ameaça, inclusive, retirar o apoio a Freixo, enquanto uma ala do partido no estado do Rio defende uma composição, justamente, com Rodrigo Neves. Tais problemas precisarão ser resolvidos até esta sexta-feira, dia 5, prazo final para a homologação das candidaturas.

O Globo