Lula forma maior coalizão eleitoral

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Foto: Ricardo Stuckert

Sustentado por uma coligação que reúne nove partidos e, dependendo do desfecho de uma disputa judicial, poderá chegar a dez, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva concluiu a fase de montagem de coligações com vantagem em relação ao presidente Jair Bolsonaro e outros rivais.

Conforme cálculo prévio feito pelo Valor com base na legislação, o arco maior de aliança em torno do petista lhe garantirá cerca de 26% do tempo total de propaganda no rádio e na TV, a maior fatia na comparação com o espaço a ser reservado para seus adversários.

A definição do tempo exato de cada concorrente, pendente da confirmação dos pedidos de candidatura, será divulgada nos próximos dias pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O documento definidor, chamado “plano de mídia”, sairá de uma audiência do presidente da corte, Edson Fachin, com representantes dos partidos e das emissoras.

O grupo de apoio a Lula, batizado de Coligação Brasil da Esperança, reúne os federados PT, PCdoB e PV, os também federados Psol e Rede e ainda outras quatro legendas avulsas: PSB, que indicou o candidato a vice, o ex-governador paulista Geraldo Alckmin, Solidariedade, Avante e Agir (antigo PTC).

O apoio pendente de confirmação ao petista é o do partido Pros, cujo comando do diretório nacional é objeto de disputa a ser julgada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Se conseguir entrar na campanha deste ano apoiado por dez partidos políticos, Lula irá igualar, em número de legendas, o maior arco de apoio já construído por candidatos petistas em eleições presidenciais desde sua primeira disputa, em 1989.

Em 2010, a então candidata petista Dilma Rousseff disputou e venceu numa coligação formada por dez legendas. Os partidos que a sustentavam naquela época, porém, eram maiores que os que hoje apoiam Lula.

Numa coligação de nove legendas (caso o apoio do Pros não se confirme) e em disputa com dez rivais, a coligação encabeçada por Lula terá direito a 3 minutos e 15 segundos em cada um dos dois blocos fixos de 12 minutos e 30 segundos da propaganda presidencial nas rádios e na televisão que irá ao ar nas terças, quintas e nos sábados.

Ficará também com o equivalente a 26% dos comerciais de 30 segundos ou 1 minuto ao longo da programação, anúncios conhecidos como inserções.

Com o PL, seu próprio partido, PP e Republicanos, Jair Bolsonaro formou a segunda maior coligação da eleição presidencial – o tamanho é determinado em função da soma do número de deputados federais eleitos por cada partido na última eleição.

Esse arranjo garantirá ao presidente 21,1% do tempo total de propaganda no horário eleitoral. Em cada bloco fixo, isso equivale a 2 minutos e 38 segundos.

A propaganda eleitoral gratuita no rádio e na TV relativa ao primeiro turno será veiculada de 26 de agosto a 29 de setembro.

Na TV, os blocos fixos de 12 minutos e 30 segundos para presidente serão apresentados às terças, quintas e aos sábados, às 13h e às 20h30. No rádio, a veiculação começa às 7h e às 12h.

Nos dois meios, comerciais de 30 segundos ou de 1 minuto entram o dia todo ao longo da programação de cada emissora.

Nesses três dias da semana em que o horário eleitoral exibirá propaganda para presidente haverá também um segundo bloco de 12 minutos e 30 segundos para exibição das campanhas de candidatos a deputado federal.

As segundas, quartas e sextas serão reservadas para veiculação das campanhas para senador, governador, deputado estadual e, no caso do Distrito Federal, deputado distrital.

As senadoras Simone Tebet (coligação MDB, PSDB, Cidadania e Podemos) e Soraya Thronicke (União Brasil), também candidatas a presidente, terão exposições quase idênticas no horário eleitoral: 17,4% e 17,2% do tempo total, respectivamente. Nos blocos fixos, Tebet terá 2 minutos e 10 segundos; Thronicke terá 2 segundo a menos.

Candidato sem coligação, o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) irá dispor de 6,8% do tempo dos blocos fixos e dos comerciais. No seu caso, serão 51 segundos nos horários de propaganda contínua.

Os demais candidatos a presidente são o ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB), com um naco de 3,3% dos blocos e dos comerciais; o cientista político Luiz Felipe d’Avila (Novo), com 2,9%; e o também ex-deputado José Maria Eymael (DC), 1,5%.

Disputam ainda a Presidência os candidatos Leonardo Péricles (UP), Sofia Manzano (PCB) e Vera Lúcia (PSTU). Cada um terá o equivalente a 1,3% nos blocos fixos e 1,3% dos comerciais curtos.

Em caso de segundo turno nas disputas para presidente e governador, a transmissão da propaganda eleitoral em rádio e TV ocorrerá entre os dias 7 a 28 de outubro, com tempo idêntico para cada postulante.

Valor Econômico