Lula pode puxar tapete de presidenciável coach

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Foto: Reprodução

Após avançar na articulação com o deputado André Janones (Avante-MG), que admite retirar a candidatura para apoiá-lo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) iniciou um diálogo com a Executiva Nacional do Pros, tradicional aliado do PT. A ofensiva é para que a legenda retire a candidatura do influencer Pablo Marçal para se alinhar à coligação liderada pelo PT no pleito presidencial, e apoiar a chapa Lula-Alckmin.

Um membro da Executiva Nacional do PT confirmou ao Valor, em caráter reservado, as articulações entre a cúpula partidária e a nova direção nacional do Pros, que voltou ao comando de Eurípedes Júnior. Se for bem sucedido nas articulações, Lula conseguiria afastar do páreo dois candidatos de partidos menores. Lula se encontrará com André Janones em São Paulo nesta quinta-feira (04).

Ao Valor, o presidente nacional do Pros, Eurípedes Júnior, confirmou que se reunirá nesta quarta-feira (03) em São Paulo com integrantes da Executiva Nacional do PT para discutir o possível apoio da legenda à candidatura de Lula. Ele ressaltou que também terá um encontro com Pablo Marçal para tratar da postulação presidencial do correligionário.

Segundo a fonte da cúpula petista, o objetivo de Lula não é a transferência de votos dos concorrentes considerados nanicos. É o efeito simbólico, de atrair mais apoio partidário em torno de sua candidatura. Em termos práticos, somar mais alguns segundos, talvez um minuto – se atrair Avante e Pros – para o horário eleitoral no rádio e na televisão.

No domingo (31), o vice-presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Jorge Mussi, reconduziu Eurípedes ao cargo de presidente nacional do Pros. Com a decisão, a Corte afastou do comando do partido o então presidente Marcus Holanda, que estava na função desde março. A indicação de Marçal para se lançar à Presidência da República se deu na gestão de Holanda.

A candidatura de Pablo Marçal foi confirmada em convenção nacional da legenda no domingo, mas o ato será anulado. Uma nova convenção nacional, conduzida pela nova direção, foi remarcada para o dia 5 de agosto – prazo final da lei eleitoral para a realização das convenções, e homologação das candidaturas e das alianças.

Eurípedes Júnior ponderou ao Valor que “não tem nada definido”. Ele observou que a nova direção não quer “retaliação a candidatos”.

Argumentou que o objetivo da sigla é lançar o máximo de candidatos possíveis para alcançar a cláusula de barreira. O Pros precisa eleger pelo menos 11 deputados federais em nove Estados, ou obter 2 milhões de votos válidos, distribuídos em nove Estados. Atualmente, o Pros tem quatro deputados em exercício, e dois senadores.

Valor Econômica