Na mídia internacional, Bolsonaro vira “putain do Centrão”

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Apoiada em vídeo, a notícia do confronto físico entre Jair Bolsonaro e o influenciador Wilker Leão deu volta ao mundo, com a cobertura se esforçando para traduzir “tchutchuca do Centrão”, um dos insultos usados contra o presidente-candidato.

O conservador francês Le Figaro, com AFP, usou “putain du Centrao”, prostituta do Centrão, e explicou que Leão perguntou “por que ele havia se aliado a uma nebulosa de partidos que comercializam seu apoio para obter vantagens”.

O Washington Post, com AP, descreveu o insulto como “the ‘darling’ of a pork-barrel faction in Congress”, o “queridinho” de uma facção clientelista no Congresso. E ouviu de um analista da Medley Advisors que “foi muito ruim para o presidente em termos eleitorais, mostra falta de contenção”.

Outros americanos, como Bloomberg, noticiaram sem a expressão. “Tchutchuca”, registre-se, já havia levado a um esforço de tradução no exterior há três anos, quando o deputado Zeca Dirceu usou a palavra para se referir ao ministro Paulo Guedes.

O vídeo chegou a sites como o diário econômico NBD, de Xangai (acima). O jornal Huanqiu, o original em chinês do Global Times, e o portal Sohu noticiaram, traduzindo “tchutchuca” como 宠儿 ou chǒng ér, que significa “queridinho”, no caso, “dos membros do Congresso envolvidos na alocação de verbas”.

Em russos como Gazeta.Ru e a emissora OTR, destacados pelo agregador Yandex, a expressão foi evitada, falando genericamente em “perguntas desconfortáveis” e “obscenidades”.

Alemães como Der Spiegel também evitaram, mas não a RND, que traduziu o insulto por “liebling politischer hinterwäldler”, algo como “queridinho dos políticos caipiras” ou do interior.

Na Argentina, o Página/12, usualmente mais severo com Bolsonaro, também evitou, mas o conservador La Nación não se conteve: “perrita del Centrao”, cadelinha do Centrão.

Folha