Observadores das eleições irão aos grotões

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Foto: TSE

O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) quer que os observadores internacionais que desembarcarão no Brasil para acompanhar as eleições em outubro sejam deslocados também para o interior do país, além da Amazônia e zonas distantes dos grandes centros urbanos.

A meta é a de mostrar a “robustez” do sistema, mesmo em locais com condições precárias e dificuldades sociais.

Nos últimos dias, o presidente Jair Bolsonaro chegou a ironizar a presença de observadores estrangeiros, sugerindo que não seriam nem suficientes e nem adequados para garantir uma suposta transparência na eleição.

Um dos comentários foi realizado diante de embaixadores estrangeiros, na semana passada. “Eu peço aos senhores, o que essas pessoas vêm fazer no Brasil? Vêm observar o quê que o voto é totalmente informatizado? Vêm dar ares de legalidade (ao processo)? Vêm dizer que tudo ocorreu numa normalidade? Eu tenho dezenas e dezenas de vídeos por ocasião das eleições de 2018, onde o eleitor ia votar e simplesmente não conseguia votar”, disse Bolsonaro.

Um dos principais esforços de acompanhamento da eleição virá da OEA (Organização dos Estados Americanos). O órgão regional já monitorou as eleições de 2018 e 2020 no Brasil. Mas, em nenhum momento, colocou em dúvida o resultado das urnas e nem o sistema eletrônico.

O TSE ainda planejava convidar a União Europeia para participar do processo. Mas teve de abandonar o projeto depois de uma recusa por parte do Executivo.

Em maio, o presidente ironizou o convite feito pelo então presidente do TSE, Edson Fachin, aos observadores “Fachin diz que eleições de 2022 podem contar com mais de cem observadores internacionais. Pode botar um milhão de observadores aqui. Eles vão observar o quê? Vão ter acesso ao código-fonte? Vão estar na sala secreta para ver como é a apuração? Qual o conhecimento deles de informática?”, questionou Bolsonaro.

Nesta semana, Fachin respondeu ao presidente brasileiro. Segundo ele, quem ataca as urnas não busca defender uma auditoria do sistema eleitoral mas sim “o interesse próprio de não ser responsabilizado pelas inerentes condutas”.

“Quem vocifera não aceitar resultado diverso da vitória não está defendendo a auditoria das urnas eletrônicas e do processo de votação, está defendendo apenas o interesse próprio de não ser responsabilizado pelas inerentes condutas ou pela inaptidão de ser votado pela maioria da população brasileira”, disse Fachin.

Uol