72% querem eleição sem armas

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Foto: Agência O Globo

Uma pesquisa feita para o Pulso com 800 pessoas das classes A, B e C aponta que 72% dos entrevistados se sentem mais seguros com a proibição do porte de armas nos locais de votação. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou menos.

A pesquisa da Toluna, empresa de pesquisas de mercado, foi feita por questionários digitais preenchidos entre os dias 19 e 22 de setembro. Ainda sobre a proibição do porte de armas, 13% disseram se sentir “um pouco mais seguros” e 10% classificaram o veto como “indiferente”.

Em setembro de 2022, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprovou, por unanimidade, uma resolução que muda as regras para incluir o trecho que disciplina a entrega do celular aos mesários e a proibição do porte de arma nos locais de votação.

Sobre celulares, 45% dos entrevistados responderam que concordam com a decisão do TSE de proibir os aparelhos nas cabines de votação; 18% concordam parcialmente, 9% não concordam e nem discordam; 6% discordaram parcialmente; 23% discordaram totalmente.

São 42% os que dizem se sentir mais seguros com a decisão de proibir os celulares; 6% se sentem um pouco inseguros e 13% bastante inseguros; 9% dos que responderam a pesquisa informam que gostariam de tirar uma selfie do lado da urna para postar nas redes sociais.

Apesar de ter causado polêmicas, desde 2006 é proibido o uso de celulares dentro das cabines de votação, de acordo com o TSE. Entre 2006 e 2018 era obrigatória a entrega de eletrônicos como celular, máquina celular, filmadora e equipamento de rádio comunicação aos mesários.

— Sempre foi proibido, em 2020 teve uma flexibilização, mas desde quando foi instituída, a finalidade é uma só: não quebrar a inviolabilidade do voto — explica o advogado eleitoralista Ademar de Paula.

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A regra foi alterada em 2020, quando a entrega deixou de ser uma norma e tornou-se opcional. Mesmo assim, era obrigatório que os aparelhos estivessem desligados durante o voto. Então, em 2022, a entrega volta a ser imposta.

— O problema é que (com o celular na cabine) você consegue comprovar em quem se votou, então a pessoa pode estar sendo coagida e as imagens serem apresentadas como prova. No âmbito criminal, essas imagens podem servir como venda de voto. Então, você oferece benefício para aquele eleitor em troca de votar em A ou B em troca de você comprovar em quem votou. Então o objetivo é evitar que se comprove em quem votou, não há nenhum tipo de teoria da conspiração, nada que vá extrapolar esse tipo de pensamento, a regra é para a proteção da própria sinceridade das eleições e do sigilo do voto — diz o advogado e especialista em direito eleitoral Renato Ribeiro.