Analistas dizem que vitória de Bolsonaro é IMPOSSÍVEL
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A pesquisa Datafolha divulgada hoje consolida a inviabilidade eleitoral do presidente Jair Bolsonaro (PL), segundo o colunista do UOL José Roberto de Toledo. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) segue liderando a disputa pela Presidência da República, com 47% das intenções de voto e possibilidade de vitória em 1º turno. Bolsonaro aparece com 31%
“O problema do Bolsonaro é a diferença que o Lula abre no Nordeste, o segundo maior colégio eleitoral do país. Lá, são mais de 20 milhões de votos [para o petista]”, disse o jornalista, no programa Análise de Pesquisas.
“Se somar isso com os cerca de 5 milhões de votos no Sudeste, o Bolsonaro precisaria ter 70% do total de votos no Norte, Sul e Centro-Oeste para tirar essa vantagem. É impossível”, acrescentou.
Toledo ainda afirmou que Bolsonaro “pode ir quantas vezes quiser” ao Nordeste que não conseguirá reverter esse quadro. “Porque as pessoas da região não melhoraram de vida”.
“Ele é inviável eleitoralmente, essa é a verdade. Salvo uma hecatombe ou tragédia, não tem como o Bolsonaro ganhar a eleição”, disse o jornalista.
“Vemos o voto útil aparecendo [na mais recente pesquisa Datafolha]”, avalia a colunista do UOL Carolina Brígido. “Lula teve uma oscilação dentro da margem de erro, mas mostra a tendência típica do voto brasileiro de esperar chegar perto da eleição para votar em quem vai ganhar”, completa.
No novo levantamento do instituto, em terceiro lugar aparecem empatados dentro da margem de erro Ciro Gomes (PDT), com 7%, e Simone Tebet (MDB), com 5%. Ciro tinha 8% no levantamento anterior e oscilou negativamente, enquanto Tebet manteve a pontuação.
“Interessante que Ciro oscilou para baixo, e Simone se manteve estável. O que nos leve a acreditar que, talvez, o eleitor do Ciro esteja se bandeando para o Lula, já que Bolsonaro ficou estável”, diz Brígido.
Na reta final, o colunista do UOL Alberto Bombig avalia que a campanha de Bolsonaro ainda não definiu se apresenta proposições para os eleitores ou foca em um “terror total” para tumultuar as eleições.
“Ainda está nessa dificuldade lá dentro — o que seria um voto útil às avessas. Ele tentar incutir no eleitor uma ideia dizendo ‘pô, mas vamos dar um novo mandato para o PT sem nenhuma chance de segundo turno?'”, disse.
“Em 2006, foi assim que Geraldo Alckmin levou para o segundo turno. Ele dizia: ‘vamos dar já outro mandato pro Lula sem mais debate?’. Não sei se o Bolsonaro tem esse refinamento, se a campanha quer provocar essa reflexão no eleitor”, prosseguiu.
“Neste momento, o único caminho para Bolsonaro seria: ou ele tocar um terror total, se tentar apresentar alguma proposta, fazer alguma mágica e incutir no brasileiro de que talvez não seja o melhor resolver a eleição no primeiro turno.”