Bolsonaro passa o pires entre ruralistas

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Foto: Marcus Steinmeyer/./VEJA

A defesa do procurador municipal Demétrius Oliveira de Macedo, preso em junho passado por agredir sua então chefe Gabriela Samadello Monteiro de Barros, durante o expediente na prefeitura de Registro, no interior de São Paulo, pediu à Justiça para que seu cliente seja transferido para a prisão domiciliar. Como alegação, os advogados juntaram no processo ao qual o agressor responde um laudo assinado pelo psiquiatra forense Guido Palomba. No documento, o profissional relata que Demétrius é portador de esquizofrenia paranoide desde 2012, com agravamento do quadro nos últimos dois anos.

“Em 2020 o mal eclodiu de forma flórida, com delírios de perseguição, alucinações auditivas e comportamento coerente com essa verdadeira ruptura com a realidade. Isso ocorreu quando, entre outros atos, sentindo-se prejudicado e perseguido, pediu a exoneração do serviço público”, afirmou Palomba. “O prognóstico não é bom. Esquizofrenia paranoide não tem cura, e quem disser que curou um esquizofrênico errou o diagnóstico”.

Para concluir o laudo, o psiquiatra ouviu a mãe de Demétrius e uma ex-namorada. Em mais de uma ocasião ambas relataram surtos graves, como uma vez em que o procurador subiu no telhado de sua casa, alegando ser perseguido. Em outro momento, durante uma viagem a Maceió (AL), ele fugiu de uma pousada, sob o mesmo argumento.

Diante do quadro, a defesa pediu à Justiça para que o réu (ele foi denunciado por tentativa de feminicídio) seja transferido para a residência de sua família ou, em caso de negativa, para um hospital psiquiátrico público ou particular.

No último dia 23 de agosto, Demétrius se recusou a voltar à cela do presídio em que está, em Guarulhos, na Grande São Paulo, por alegar que corria risco no sistema carcerário. Uma sindicância foi aberta para apurar eventual falta disciplinar.

Logo depois da agressão, Gabriela disse que estava com medo de ser novamente agredida por Demétrius. “Moramos em uma cidade pequena, em que todos se cruzam. Eu podia ser atropelada por ele, podia até levar um tiro”, contou ela. Gabriela falou ainda do motivo que a fez tornar o caso público: “O que aconteceu comigo serve de exemplo de como as mulheres agredidas precisam batalhar para que se faça Justiça”.

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