Candidato Bolsonarista ao governo do Piauí foi debater armado

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Foto: Reprodução

A candidata do PCO ao governo do Piauí, Lourdes Melo, exigiu que um adversário, o coronel Diego Melo (PL), entregasse sua arma durante um debate transmitido na televisão, nesta quarta-feira. Melo confirmou que estava armado ao longo do debate. Nesta quinta-feira, ele, que está atrás nas pesquisas, comunicou sua desistência da disputa.

O candidato do PL declarou apoio a Sílvio Mendes (União Brasil), que lidera a disputa no estado com 43% dos votos na última pesquisa do Ipec. O comunicado da desistência foi feito após o presidente Bolsonaro, que é do mesmo partido do coronel da PM, pedir votos para Mendes.

Lourdes Melo, por sua vez, teve a candidatura barrada pelo TRE-PI, mas recorreu e aguarda na Justiça uma nova decisão.

A fala de Lourdes Melo foi feita enquanto o tema debatido no debate da TV Meio Norte era o porte de armas. A candidata do PCO acusou o policial militar de esconder uma arma na cueca.

— Eu olhei para ele, será que ele botou dentro das cuecas? Porque eu olhei para ele, por todos os lados, por trás, pela frente. Mostra sua arma — exigiu Lourdes Melo, antes de concluir.— Ele não quer entregar a arma para mostrar um espaço democrático. Ele é uma ameaça, um perigo. É um candidato de alta periculosidade.

 

Após a exigência de Lourdes Melo, outros candidatos também passaram a questionar o coronel da PM.

— Eu sou policial, candidata. Eu tenho porte e eu só ando armado. Eu não ando desarmado. Não tiro minha arma — disse o coronel sob protestos de Lourdes Melo.

 

Em outro momento, Diego Melo disse andar armado por ser alvo de ameaças:

— Tenho o porte funcional e tenho o direito de me defender armado. Vim de casa com a minha esposa e um colega que não pode ter uma arma. Sou ameaçado de morte todos os dias. Eu não posso correr o risco de sair, com a minha esposa, e ser assassinado. Por isso estou armado — disse ao responder a um questionamento da candidata Ravena Castro (PMN).

Armas nos locais de votação
Em decisão tomada em agosto, o TSE determinou a proibição do porte de armas no raio de 100 metros dos locais de votação. Apesar da medida, as forças de segurança ainda demonstravam receio com a autorização aos CACs para o transporte de armamento até os clubes de tiros.

Pela entendimento do TSE, o porte de armas de fogo será proibido nas seções eleitorais e no perímetro de 100 metros nas 48 horas que antecedem o pleito e nas 24 horas seguintes. A exceção a essa delimitação será feita às forças de segurança que estiverem trabalhando.

Nesta quinta-feira, o TSE aprovou uma restrição ao transporte de armas e munições por colecionadores, atiradores e caçadores, os chamados CACs, no dia das eleições e nas 24 horas anteriores e seguintes ao pleito.

O Globo