Candidato bolsonarista branco diz que pode se declarar preto

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Foto: Câmara dos Deputados

O candidato ao Senado pelo Paraná Paulo Martins (PL) mudou sua autodeclaração de raça. Dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostram que em 2014, quando concorreu ao cargo de deputado federal pelo PSC, Martins se autodeclarou branco. Em 2018, o site não traz registros sobre a cor do parlamentar. Nesta ano, porém, Paulo Martins se diz pardo. Ele é o nome apoiado pelo presidente Bolsonaro na disputa e está em terceiro lugar nas pesquisas, atrás de Álvaro Dias (Podemos) e Sergio Moro (União Brasil).

A coluna questionou o parlamentar sobre a mudança, que respondeu:

— É como eu me sinto. Posso me sentir preto amanhã, branco depois de amanhã, pardo na semana que vem. Alguém vai sugerir um tribunal racial pra dizer que não sou? — afirmou. O candidato disse que “nem se lembrava do que tinha declarado nos anos anteriores” e afirmou que a mudança não lhe rendeu benefícios sobre o fundo do partido.

Advogados eleitorais ouvidos pela coluna apontam que a mudança proposital de cor facilita que o candidato tenha acesso a mais recursos do fundo eleitoral. Isso acontece porque o candidato passa a disputar esse dinheiro só com os nomes da legenda de cor negra ou parda, sendo que a maioria deles se declara de cor branca.

Nos últimos dias, ex-prefeito de Salvador e candidato ao governo da Bahia, ACM Neto (União Brasil), se tornou alvo de críticas depois de se autodeclarar pardo à Justiça Eleitoral e aparecer em uma entrevista na TV local exageradamente bronzeado.

O Globo