Candidato do PDT critica aborto e casamento gay

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Foto: Brenno Carvalho/Agência O GLOBO

O candidato ao governo do Rio pelo PDT, Rodrigo Neves, disse nesta terça-feira que é contra o aborto, durante sabatina na rádio evangélica 93FM. Questionado sobre o assunto, o ex-prefeito de Niterói ressaltou ser cristão, “casado há 25 anos”, e também tomou posição contrária ao “casamento religioso entre homossexuais”. Para ele, a legislação atual, que permite a união civil entre pessoas do mesmo sexo, deve ser mantida.

— Sou contra o aborto, sempre fui contra. E em relação aos homossexuais, a gente tem que respeitar as pessoas, não pode admitir violência contra as pessoas. Não podemos ter nenhum tipo de atitude porque Jesus, no evangelho, acolheu os marginalizados. Evidentemente, sou contra o casamento religioso dos homossexuais, agora a legislação prevê a parceria civil. Não precisa ter mudança nessa legislação — disse Neves.

O pedetista havia sido perguntado sobre suas perspectivas sobre “família, aborto e casamento homossexual”. Antes de declarar seus posicionamentos, ele já havia mencionado sua fé e seu casamento, além de defender que as famílias funcionam melhor com emprego e renda e que, desse modo e com o “apoio espiritual da igreja”, o núcleo familiar “dificilmente vai se desencaminhar”.

— Sou cristão, casado há mais de 25 anos. E ao longo da minha trajetória e da minha gestão em Niterói, sempre defendi a família, a base da sociedade. Quando a gente tem uma família acolhida, que as pessoas tenham emprego, tenham renda… Por isso que uma das minhas medidas, logo no início do governo, vai ser a garantia de um auxílio, como eu fiz em Niterói através da moeda social Araribóia, de R$ 500 para todas as pessoas que estão passando fome no Rio de Janeiro. Nós temos três milhões de pessoas passando fome no Rio de Janeiro. Uma família que tem apoio, que tem o apoio espiritual da igreja, dificilmente vai se desencaminhar e os indivíduos também — afirmou.

Em maio, quando foi sabatinado pela Folha de S. Paulo e pelo UOL, Neves já havia se manifestado de maneira semelhante. Na ocasião, ele disse ser “contra o aborto”, mas destacou que “há casos a serem cumpridos”. Ele lembrou também que a descriminalização ou não é assunto “que não cabe aos governadores”. Para haver uma mudança na legislação, hoje, o tema precisaria passar pelo Congresso Nacional.

As declarações representam acenos do pedetista ao eleitorado evangélico, parcela importante dos eleitores do Rio de Janeiro. Pesquisa Ipec divulgada na semana passada mostrou que, nesse segmento, o governador Cláudio Castro (PL) lidera isolado com 28% das intenções de voto, enquanto Marcelo Freixo (PSB) tem 5% e Neves, 3%. A margem de erro nesse caso é de quatro pontos percentuais.

Outros 45% dos evangélicos, no entanto, não souberam ou não responderam, e um grupo de 15% afirmou que pretende votar em branco ou nulo. A soma dessas parcelas chega a 60%, o que pode significar um potencial eleitor a ser convencido.

O Globo