Doria sinaliza volta à política
Foto: Ronny Santos/Folhapress
O discurso proferido por João Doria (PSDB) durante a cerimônia de reinauguração do Museu do Ipiranga na terça-feira (6) deixou boa parte dos presentes com a certeza de que a aposentadoria da política que foi anunciada pelo ex-governador não deverá durar muito tempo.
Ele anunciou em junho que estava deixando a vida pública e que passaria a se dedicar à iniciativa privada.
Em fala de quase 15 minutos, ele fez um discurso semelhante ao que apresentou como pré-candidato tucano à Presidência, defendendo o fim da disputa entre polos em nome da união do Brasil.
“O Brasil pede paz, harmonia, educação, respeito à cultura, alimento. Pede que o país se una em torno de uma única causa. Chega de divisões”, disse, descrevendo a cultura como “vacina contra a ignorância e o separatismo que assolam o país”.
No começo do discurso, ele agradeceu aos representantes do governo Jair Bolsonaro (PL) pela presença: Carlos Alberto Gomes de Brito, ministro do Turismo, e Helio Ferraz, secretário especial da Cultura. O tucano e o presidente foram antagonistas nos últimos anos e a reforma do Museu do Ipiranga foi um dos pontos críticos da disputa.
Doria enfatizou os méritos de sua gestão por comandar a restauração do museu, descrita por ele como a “maior captação da história da cultura” no estado. Para o ex-governador, sua administração mostrou que perseverança e capacidade de superar adversidades devem ser exemplos para todos.
Ele ainda listou os valores envolvidos (R$ 235 milhões) e as qualidades das instalações, como sistema completo de acessibilidade, prevenção a incêndios e aparato multimídia, além das 3.000 peças em exposição.
Caso ele decida voltar a disputar um cargo público, as próximas eleições acontecerão em 2024, para os cargos de prefeito e vereador. Mas o retorno do tucano à vida política também poderia se dar por meio de nomeação de algum governo ou mesmo na política partidária do PSDB.