Estratégia de Lula junto a evangélicos está funcionando

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Foto: Ricardo Stuckert

A nova pesquisa do Ipec mostra avanços do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) entre os eleitores evangélicos, um dos poucos grupos em que o presidente Jair Bolsonaro (PL) lidera em intenções de voto.

De acordo com os dados divulgados nesta segunda-feira pela TV Globo, Lula passou de 27% para 31% nesse estrato da população no primeiro turno. Já em uma disputa direta com Bolsonaro num eventual segundo turno, o petista tinha 33% e agora alcança 38% das intenções de voto.

A margem de erro estimada pelo Ipec, instituto fundado por ex-executivos do Ibope, é de dois pontos percentuais para mais ou menos no geral e de quatro pontos para o recorte específico dos eleitores evangélicos. O grupo corresponde a cerca de um quarto do total de brasileiros aptos a votar.

Desde o início oficial das campanhas, na metade de agosto, Lula nunca havia oscilado além de um ponto percentual para cima entre os evangélicos.

Bolsonaro, que tem relação sólida com as igrejas pentecostais e neopentecostais, alcança 53% dos votos desse núcleo em um segundo turno contra Lula. A distância entre a pontuação que os dois candidatos atingem entre os fiéis era de 21 pontos em meados do mês passado. Hoje, há 15 pontos percentuais separando o atual presidente do adversário.

Candidato favorito dos católicos, Lula tem se esforçado para diminuir a resistência ao seu nome dentro dos templos evangélicos. O petista participou ao lado do vice, Geraldo Alckmin (PSB), de comício com pastores em São Gonçalo, região metropolitana do Rio, na semana passada.

No evento, Lula disse que não chegaria onde chegou “se não fosse a mão de Deus” e afirmou respeitar a liberdade religiosa. Recebeu uma “carta de apoio” organizada com a ajuda de aliados de melhor trânsito entre os evangélicos.

A campanha do petista passou a distribuir panfletos direcionados aos fiéis e ganhou nesta segunda-feira o reforço da ex-ministra Marina Silva (Rede). Frequentadora da Assembleia de Deus, Marina declarou apoio ao candidato do PT e rechaçou notícias falsas de que Lula teria a intenção de fechar igrejas se eleito.

A candidatura de Bolsonaro ainda impede avanços maiores do ex-presidente no eleitorado evangélico. No sábado, o presidente fez ataques a Lula durante discurso em um culto da Assembleia de Deus de Madureira, no Rio. O candidato à reeleição repetiu o expediente nesta terça-feira, no interior de São Paulo, dizendo ser um “homem de bem” que segue a Bíblia e chamando o adversário de “capeta”.

Contratado pela TV Globo, o Ipec entrevistou presencialmente 2.512 eleitores entre 9 e 11 de setembro. A margem de erro é estimada em dois pontos percentuais para mais ou menos, para um intervalo de confiança de 95%. O estudo está registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número BR-01390/2022.

O Globo