EUA reconhecerão vitória de Lula apidamente

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Foto: Reprodução

O encontro da última quarta-feira (21) do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com o encarregado de negócios da embaixada dos EUA, Doug Koneff, expôs uma estratégia que vem sendo executada nos bastidores por aliados do petista há semanas: trabalhar para que o governo Joe Biden seja um dos primeiros a reconhecer o resultado das urnas.

Para os petistas é importante que Biden seja uma das primeiras autoridades a vir a público em caso de vitória de Lula, parabenizando publicamente o ex-presidente, como forma de evitar as anunciadas tentativas de Jair Bolsonaro de contestar os resultados das urnas e alegar que houve fraude, caso perca as eleições.

Por isso, nas conversas com os interlocutores do governo americano, os petistas também tem ressaltado que é importante os EUA reconhecerem também a lisura do sistema eleitoral brasileiro e a rapidez na apuração de mais de 100 milhões de votos em um único dia.

Segundo a equipe da coluna apurou, durante a reunião de uma hora e meia com Lula, Koneff reafirmou a confiança no sistema eleitoral brasileiro e disse que o governo dos EUA vai reconhecer e respeitar o resultado da apuração, independentemente de quem saia vencedor.

Além do ex-presidente e do diplomata americano, participaram do encontro o senador e ex-ministro da Defesa Jaques Wagner (PT-BA) e o ex-chanceler brasileiro Celso Amorim.

A prioridade na busca pelo apoio americano se baseia na avaliação de que uma manifestação imediata de Joe Biden endossando o resultado das urnas abriria caminho para que outros líderes mundiais façam o mesmo, o que serviria para reafirmar o apoio da comunidade internacional à democracia no Brasil e evitar qualquer tentativa de golpe.

Em 18 julho, Bolsonaro convocou mais de 70 embaixadores para uma desastrosa reunião no Palácio da Alvorada, em que repetiu os ataques infundados às urnas eletrônicas – que são usadas pelos eleitores brasileiros desde 1996, até hoje sem nenhuma acusação de fraude comprovada.

O presidente voltou à carga no último domingo, ao dar uma entrevista para o SBT em Londres. A visita à Inglaterra, que oficialmente deveria ser para acompanhar o velório da Rainha Elizabeth II, foi usada por Bolsonaro para discursos e atos de campanha.

— Se nós não ganharmos no primeiro turno, algo de anormal aconteceu dentro do TSE — disse em entrevista ao SBT, voltando a sugerir que poderá haver fraude.

A questão climática foi outro assunto da discussão entre Lula e o encarregado de negócios dos EUA. Os petistas sabem que essa é uma preocupação dos americanos e se disseram dispostos a fazer parcerias.

Petistas e democratas já fizeram dobradinhas em questões climáticas antes – em 2015, por exemplo, Dilma Rousseff e Barack Obama firmaram um compromisso de combater as mudanças climáticas, se comprometendo a cumprir metas de redução de emissões internas.

Procuradas pela equipe da coluna, a embaixada americana e a campanha de Lula não se manifestaram.

Antes do encontro, a embaixada afirmou que “como prática, diplomatas norte-americanos da Embaixada e Consulados dos EUA no Brasil se reúnem regularmente, de forma privada, com partidos políticos e candidatos”.

“Vemos como uma valiosa oportunidade para o governo dos EUA ouvir as perspectivas sobre eventos atuais e opiniões políticas sobre questões de interesse mútuo. Nós planejamos continuar com este esforço para encontrar com todos os principais candidatos presidenciais das eleições de outubro”, informou.

O Globo