Guerra Bolsonaro x Lula chega ao… Tinder!

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Foto: AFP / Agência O Globo

Levantamento realizado pelo aplicativo Tinder revelou que política não apenas se discute como é fator decisivo para novos relacionamentos amorosos. Entre janeiro de 2020 e agosto deste ano, o número de perfis que mencionam a palavra “política” mais que dobrou. A tendência foi observada entre usuários de 18 a 25 anos.

O assunto vai além de tópicos gerais sobre o tema, chegando a candidatos específicos. O levantamento, no entanto, não especifica se as menções são favoráveis ou não aos candidatos, nem revela números absolutos.

Para José Mauro Nunes, doutor em Psicologia e professor da FGV (Fundação Getulio Vargas), esse cenário é motivado pela excessiva polarização do ambiente político.

— Percebemos que no último ano, com essa excessiva polarização do ambiente político, a preferência política tem aparecido como elemento de descrição de identidade. No início, de forma mais discreta e, nos últimos meses, de maneira mais explícita — afirma o professor.

Os dados mostraram, por exemplo, que a partir de março de 2020, houve aumento no número de menções ao presidente Jair Bolsonaro, atingindo o pico em janeiro de 2021, quando o número de perfis que faziam referência ao candidato aumentou quase três vezes. Entretanto, o uso do termo começou a cair neste ano e já registra 50% de declínio.

No sentido oposto, caminham as menções ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Apenas neste ano, o nome do candidato do PT à Presidência da República cresceu 2,4 vezes na plataforma, atingindo seu pico em agosto.

Para o professor da FGV, a opção política é um descritor de identidade que nunca foi muito importante, mas que ganhou importância nos últimos anos, em especial para o público mais jovem.

— Essa é a primeira eleição de muitas dessas pessoas, e esse público está vivenciando esse ambiente polarizado de maneira muito intensa. É natural que haja essa discussão. Quando as pessoas buscam relacionamentos afetivos, elas buscam pessoas que tenham semelhanças. Especificamente no que diz respeito à política, que tem um ambiente muito contaminado e virulento, as pessoas colocam esse filtro como forma de triar com quem elas querem continuar a conversa — avalia Nunes.

O Globo