Lula e Bolsonaro frente a frente na posse de Rosa Weber

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Foto: Wilton Junior/ Estadão

O encontro pouco amistoso entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL) na posse do ministro Alexandre de Moraes, no início de agosto, como presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pode se repetir na próxima semana. Desta vez, a saia-justa será no Supremo Tribunal Federal (STF), onde a ministra Rosa Weber toma posse como presidente na próxima segunda-feira, 12.

A equipe que cuida do cerimonial do STF ainda não confirmou qual será o protocolo de acomodação dos convidados. Existe, portanto, a possibilidade de se repetir a situação gerada na posse de Moraes no TSE, quando Bolsonaro e Lula ficaram posicionados frente a frente durante todo o evento. Além dos dois principais candidatos na disputa pela vaga no Palácio do Planalto, Weber convidou todos os ex-presidentes.

A presença de todas as autoridades que governaram o País desde a redemocratização gerou problemas ao TSE durante a posse de Moraes. A Corte Eleitoral teve de mudar de última hora a disposição dos ex-presidentes para evitar que Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (MDB) se sentassem lado a lado, como determina o cerimonial de acordo com a ordem de sucessão no cargo.

Segundo o STF, Weber fez questão de convidar todos os candidatos à Presidência. Na posse de Moraes no TSE, apenas os quatros primeiros colocados na corrida eleitoral foram convidados. Além de Lula e Bolsonaro, que lideram a disputa, também estiveram presentes Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB). A lista de convidados de honra ainda conta com os presidentes da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e de Tribunais Superiores, além de congressistas. Ao todo, 1.300 pessoas foram convidadas. No entanto, somente 350 terão a oportunidade de acompanhar a cerimônia no plenário.

O atual presidente do STF, Luiz Fux, realizou nesta quinta-feira, 8, sua última sessão à frente da Corte. No discurso de despedida, ele afirmou que, nos dois últimos anos, a Corte foi alvo de “severos ataques em tons jamais vistos”. Fux evitou citar Bolsonaro autor de xingamentos públicos a integrantes do Supremo durante o período.

Fux mencionou que um “golpe do destino” o fez chefiar o Poder Judiciário “num dos momentos mais trágicos e turbulentos de nossa trajetória recente”. “Não bastasse a pandemia, nos últimos dois anos, a Corte e seus membros sofreram severos ataques em tons e atitudes jamais vistos na história do País. Não houve um dia sequer em que a legitimidade de nossas decisões não tenha sido questionada, seja por palavras hostis, seja por atos antidemocráticos”, afirmou. Também nesta quinta, o ministro participou de evento no Congresso para celebrar o bicentenário da Independência.

Estadão