Marcio França promete não trocar Senado por ministério

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Foto: Edilson Dantas / O Globo

Num eventual governo Lula, o senhor deixaria seu mandato de senador para assumir um ministério?

Eu tive seis mandatos, como vereador, prefeito, deputado federal e vice-governador e nunca abandonei um mandato. Portanto, não pretendo abandonar o mandato. Especialmente porque ser senador por São Paulo é muito relevante nacionalmente.

Dizem nos bastidores que o senhor impôs sua mulher como vice de Haddad. Houve essa imposição?

A preferência dele era pela Marina Silva, só que ela tinha um compromisso com o partido dela de ser candidata a deputada. Não podendo ser a Marina, a bola voltou para o PSB. Tendo que ser mulher e do PSB, tinha que ser alguém que tivesse o vínculo mais forte, penso eu, comigo. E não tem alguém com mais vínculo comigo do que a Lúcia porque estamos juntos há 40 anos.

As pesquisas têm apontado uma diferença grande no comportamento do eleitor do interior de São Paulo, com maior resistência aos candidatos de esquerda. Por que isso acontece?

O interior tem uma qualidade de vida muito superior à dos grandes centros. O grau de pobreza, de dificuldade, de miséria não existe. Isso faz uma diferença enorme. As pessoas do interior querem uma mudança, mas não querem uma hiper mudança. No grupo de eleitores que vive nos grandes centros e sofre com dificuldade de transporte, esse público tem mais facilidade de compreender as dificuldades e votar mais no Lula, no Haddad, e em mim. Além disso, temos 500 cidades com menos de 50 mil habitantes. São cidades com mais influência de prefeito, de vereador.

Qual a principal bandeira a ser defendida no Senado?

O Brasil precisa urgentemente de uma reforma tributária. Não precisa ser inteira. Mas pelo menos a parte do ICMS, com a junção de todos os tributos num só. E também tributar no destino e não na origem. Isso vai tirar a guerra fiscal e permitir que a gente tenha igualdade. É a prioridade.

E com relação aos interesses específicos de São Paulo?

Tem que reajustar a tabela do SUS, que está congelada há 13 anos. São Paulo faz umas 20 mil cirurgias por dia, sendo que mais de 10% delas são de pessoas de outros estados que vem pra cá. Na minha visão, tem que reajustar a tabela 25% ao ano, em quatro anos, para dar uma folga. Os municípios do estado e o governo de São Paulo estão meio que subsidiando a Saúde do Brasil.

O Globo