MPF-RJ intima militares a não fazerem campanha para Bolsonaro

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Foto: Alan Santos – 4.set.22/Presidência da República/Divulgação

O Ministério Público Federal no RJ notificou as Forças Armadas sobre medidas para evitar que as celebrações oficiais do 7 de Setembro no estado sejam confundidas com atos de campanha.

A Procuradoria também cobrou formas de prevenir o envolvimento de militares em manifestações político-partidárias. Exército, Marinha e Aeronáutica têm até a manhã de quarta-feira (7) para expor seus planos sobre como evitar a politização do ato marcado para ocorrer na praia de Copacabana.

A programação prevê oito horas de evento, com salva de tiros de canhão, saltos de paraquedistas, exibição da Esquadrilha da Fumaça e a presença do presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição.

O atual chefe do Executivo tem feito convocações para os eventos do Bicentenário da Independência, numa tentativa de transformar as celebrações em um termômetro do apoio popular ao seu governo.

A notificação da Procuradoria não se refere a atos do presidente da República, responsabilidade do procurador-geral da República, Augusto Aras. A cobrança, assinada por três procuradores que atuam no Rio de Janeiro, foca na atuação do Comando Militar do Leste, do 1º Distrito Naval e do 3º Comando Aéreo Regional.

Os três são questionados sobre medidas para “prevenir que os seus subordinados eventualmente se engajem em manifestação político-partidária”, bem como “garantir que as celebrações oficiais relativas ao bicentenário da independência do Brasil não sejam confundidas com eventuais manifestações político-partidárias realizadas concomitantemente a elas”.

O comportamento do presidente nesses atos ainda é imprevisível. Ele participa primeiro de uma parada militar em Brasília pela manhã e depois parte para o Rio de Janeiro, onde há previsão de maior carga política.

Em sua base eleitoral, está previsto o sobrevoo de helicóptero sobre a motociata de seus apoiadores, marcada para sair do Monumento aos Pracinhas, até Copacabana.

A ala política do Palácio do Planalto vinha tentando esfriar os ânimos do presidente. Ele chegou a sinalizar que não discursaria, a fim de não repetir o confronto gerado no Dia da Independência no ano passado, quando chamou o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal) de canalha.

A autorização pelo ministro de busca e apreensão contra empresários bolsonaristas, contudo, acirrou os ânimos. No sábado (3), o presidente se referiu a Moraes indiretamente como vagabundo em discurso num evento voltado para mulheres em Novo Hamburgo (RS).

Folha