Pesquisas têm diferença gritante em SP
Foto: Arte/Metrópoles
A menos de um mês para o primeiro turno das eleições, pesquisas de intenção de voto para presidente da República são publicadas diariamente. Nesta semana, dois resultados, divulgados com menos de 72 horas de diferença, chamaram a atenção por divergências significativas nos números dos dois candidatos na liderança da disputa ao Planalto: Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL).
Pesquisa do instituto Ipec (ex-Ibope) com eleitores de São Paulo, divulgada na segunda-feira (5/9), apontou Lula com uma vantagem de 16 pontos percentuais sobre Bolsonaro no primeiro turno: 44% do petista contra 28% do presidente.
Na quarta-feira (7/9), pesquisa da Genial/Quaest, também em São Paulo, mostrou o candidato à reeleição e o petista em empate técnico, com 37% e 36% da preferência do eleitorado, respectivamente. Os dois resultados fazem parte do cenário estimulado, em que o entrevistador apresenta uma lista de candidatos ao eleitor.
Na Ipec, a diferença entre os rivais era de 16 pontos. Na Genial/Quaest, de apenas 1 ponto.
Além de utilizarem metodologia semelhante, com entrevistas presenciais, os dois institutos foram a campo em período quase igual. O Ipec realizou a sondagem de 3 a 5 de setembro. A Genial/Quaest, de 2 a 5 de setembro. Ou seja, ambos foram às ruas antes do atos realizados por apoiadores de Bolsonaro no 7 de Setembro.
A diferença nos números dos candidatos em espectros opostos do cenário eleitoral despertou atenção nas redes sociais, e serve como combustível para questionamentos de grupos que têm como objetivo descredibilizar e questionar a eficácia desse tipo de levantamento.
O diretor da Quaest, Felipe Nunes, justificou o empate técnico entre Lula e Bolsonaro a partir do desempenho positivo que o presidente tem em públicos que, na pesquisa nacional, o rejeitam. Por exemplo, o titular do Planalto viu sua imagem melhorar entre o público feminino e aparece pela primeira vez empatado tecnicamente com Lula (36% a 33%).
“Bolsonaro também conseguiu melhorar entre os católicos, continua crescendo no público evangélico e aparece com 51% das intenções de voto neste segmento do eleitorado”, diz Nunes.
Ao Metrópoles o instituto de pesquisa Quaest enviou uma declaração sobre a metodologia utilizada nas pesquisas. No documento, a empresa frisa que “diferentes institutos têm diferentes metodologias. Cada uma das maneiras de coleta tem vantagens e desvantagens”.
Procurado pela reportagem, o Ipec informou, por meio de nota, “que isso ocorre em função da metodologia aplicada, do período de campo e também do questionário adotado”.