Propaganda de Lula puxa o tapete da de Bolsonaro
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Na véspera do 7 de setembro, as campanhas do presidente Jair Bolsonaro (PL) e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) divulgaram propagandas eleitorais em que disputam a representatividade da data simbólica, além de outros emblemas nacionais como a bandeira brasileira e as cores verde e amarelo. O candidato petista dedicou todo o tempo do seu programa de TV desta terça-feira para falar do assunto, enquanto o atual chefe do Palácio do Planalto aparece em inserções conclamando as “famílias brasileiras” para irem às ruas nos atos de quarta-feira.
Já os candidatos Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB) marcaram para esta quarta agendas de campanha em locais históricos com referências à efeméride. O pedetista estará em Ouro Preto (MG), cidade marco da Inconfidência Mineira. Já a emedebista irá a uma fazenda no interior de São Paulo por onde passou dom Pedro I.
Na peça eleitoral do PT, de três minutos e meio, um texto narrado pela atriz Marieta Severo diz que a bandeira nacional “não é de quem propaga ódio”, de quem “quer armar o povo” e “nem de racistas e preconceituosos”. Na sequência, Lula faz um discurso nessa mesma toada e faz críticas a Bolsonaro, a quem acusa de se apropriar dos símbolos do Brasil.
“O 7 de setembro é para ser comemorado com alegria e união por todos os brasileiros. Esse governo abandonou o povo e vem destruindo o país. Eles usam nossa bandeira para mentir, pregar o ódio e incentivar a venda de armas. Eles ameaçam nossa soberania. E soberania é defesa do território e das nossas riquezas. É respeito à democracia”, diz o candidato do PT.
No vídeo, aparecem imagens da bandeira do Brasil sendo hasteada, além de retratos de diferentes regiões do país onde populares vestem uma réplica da faixa presidencial em verde e amarelo. O vice da chapa de Lula, Geraldo Alckmin (PSB), também dá as caras na propaganda e cita um trecho do hino nacional, que, nos últimos anos, se tornou uma das trilhas sonoras mais repetidas em atos e manifestações bolsonaristas.
“Do nosso lado tem lugar para todos democratas, os verdadeiros patriotas desse país. Vamos juntos, eu você e o Lula e ‘verás que um filho teu não foge à luta’. Que o próximo 7 de setembro seja num Brasil de esperança”, afirma Alckmin.
Ainda na campanha petista, pessoas anônimas aparecem fazendo críticas ao governo Bolsonaro e reivindicando de volta os símbolos nacionais que são amplamente usados pelo presidente e seus seguidores. “Nós temos que abraçar a nossa bandeira e trazê-la de volta para nós, para provar para esse desgoverno que a bandeira é do povo brasileiro”, pontua uma mulher na gravação.
Mais cedo, durante reunião com representantes dos partidos que o apoiam, Lula já havia tecido críticas ao presidente por conta do Dia da Independência , afirmando que a data estaria sendo “usurpada do povo brasileiro”. Durante o discurso, o petista também ressaltou aos aliados que “não é preciso ter vergonha de dizer que quer vencer a eleição no primeiro turno”.
— De um lado temos um candidato que está no cargo tentando utilizar a máquina pública, inclusive agora usurpando o 7 de setembro do povo brasileiro para ser uma coisa pessoal dele. Tratando o 7 de setembro como se fosse uma coisa dele, quando, na verdade, é a comemoração de uma festa de interesse de 215 milhões de brasileiros, porque afinal de contas é a independência do nosso país — disse o petista.
Já a campanha de Bolsonaro publicou uma inserção curta em que ele anuncia que estará em atos em Brasília e em Copacabana, no Rio de Janeiro, para celebrar a data. O presidente conclama as pessoas a irem às ruas e enfatiza que irão celebrar o “nosso” Brasil, sem fazer referências a seu adversário nas eleições.
“Nesse sete de setembro eu convido as famílias brasileiras a irem às ruas comemorar os 200 anos da nossa independência. Em paz e harmonia vamos saudar a nossa independência. Compareçam, a festa é nossa, do nosso brasil da nossa bandeira verde e amarela”, vaticina Bolsonaro.
A gravação é intercalada por bandeiras do Brasil tremulando e imagens de manifestações em apoio a Bolsonaro onde as cores verde e amarelo das roupas e adereços dos presentes são dominantes. Além disso, é exibida sua logomarca eleitoral, que é desenhada usando a bandeira nacional como emblema.