Tucanos históricos apoiarão Lula no 1o turno

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Foto: NELSON ALMEIDA / AFP

Na reta final, a campanha de Lula passou a fazer uma nova investida na busca de apoio de tucanos históricos antes do primeiro turno das eleições. A estratégia busca atrair o eleitor de centro e também o voto útil no petista para derrotar Bolsonaro e evitar o segundo turno.

Até o momento, o ex-senador e ex-ministro Aloysio Nunes foi o único tucano que declarou voto em Lula no primeiro turno. O esforço vem sendo feito para que nomes ligados ao partido, especialmente na área de direitos humanos e justiça, também se posicionem o quanto antes.

O ex-tucano e ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), que integra a chapa do Lula como seu vice, é um dos nomes que, junto a Nunes, têm se empenhado nessa frente. É ele, por exemplo, que tem falado com José Gregori, que foi secretário nacional de Direitos Humanos e ministro da Justiça no governo Fernando Henrique Cardoso.

— Sou muito amigo e companheiro de lutas do Alckmin. Ele tem um passado respeitável e não toma decisões frívolas. Alckmin fez uma mudança violenta no seu translado. Não atravessou uma rua, atravessou várias avenidas, porque sentiu o que muita gente da nossa geração sente, que a democracia precisa ser cuidada de outra maneira que não essa que o presidente atual tem feito — disse Gregori à coluna.

Questionado se votará em Lula, o tucano afirmou que sua decisão ainda está em aberto, mas que será tomada até cinco dias antes da eleição.

— Por esse caminho (de reeleger Bolsonaro) nós não devemos ir. Agora, o caminho pelo qual devemos ir ainda é uma coisa a ser construída. Eu tinha um candidato que era o João Doria, mas ele não está mais na disputa. Faltam duas semanas para as eleições. Eu, com meus 91 anos, já vi pleitos serem definidos três dias antes — afirmou o ex-ministro.

Os petistas também têm buscado uma declaração pública de José Carlos Dias, que também foi ministro da Justiça do governo FHC e hoje preside a Comissão de Defesa dos Direitos Humanos Dom Evaristo Arns.

No mês passado, o advogado leu a carta das entidades em defesa da democracia num grande evento realizado na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco. Questionado pela coluna se vai atender aos apelos de petistas e também de ex-tucanos para declarar seu voto antes do primeiro turno, o jurista lembrou que leu o manifesto, mas disse que, por ser presidente da Comissão Arns, que é suprapartidária, não pode declarar seu voto.

Além de Alckmin e Aloysio Nunes, vários petistas estão se mobilizando na busca do apoio de tucanos históricos, como o ex-ministro José Dirceu e Paulo Vannuchi. O cenário tido como “ideal” pela campanha de Lula e aliados é que tucanos como Fernando Henrique, o senador Tasso Jereissatti (PSDB-CE) e José Serra (PSDB-SP), este último que concorre ao cargo de deputado federal, se posicionassem a favor do petista no primeiro turno.

Apesar dos esforços, a avaliação hoje é que esse grupo deve declarar seu voto apenas em um eventual segundo turno.

O Globo