Ataques de Bolsonaro a vacinas ressuscitam poliemielite no país

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Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Uma criança de três anos contraiu poliomielite no Pará, informou o Departamento de Epidemiologia do estado, nesta quinta-feira, 06. O vírus Sabin Like 3, que causa paralisia infantil, foi encontrado em paciente de três anos, após exame de fezes. Diante da possibilidade de um retorno massivo da doença, a secretaria de saúde lançou um comunicado ao Sistema Único de Saúde, em sinal de alerta.

Esse é primeiro caso da doença desde 1989, quando ela foi erradicada do Brasil, graças às campanhas massivas de vacinação. O Ministério da Saúde informou, na segunda-feira, 03, que o percentual de vacinação de crianças contra a doença estava com cobertura baixa. Somente 52,3% de crianças em idade entre dois e seis meses, periodo indicado para receber as doses, tinham sido vacinadas em todo o território nacional. A meta é 95%.

Desde a pandemia de Covid-19, os índices de vacinação em todo Brasil têm caído. O presidente Jair Bolsonaro (PL) não se vacinou e disse reiteradas vezes que a opção de tomar o imunizante é uma questão de liberdade individual. Outro fator apontado pelos especialistas que têm contribuído para a queda na vacinação é a disseminação de fake news. Sem nenhum embasamento científico, circulam pela rede informações de que a picada poderia causar autismo.

No Brasil, a vacinação de crianças é obrigatória por lei. Pais que não vacinarem seus filhos podem ser obrigados a fazê-lo pela Justiça. Até hoje porém, a via da conscientização tem sido a mais utilizada.

Na última semana, a Organização Panamericana da Saúde solicitou ao governo brasileiro que comunicasse a população sobre a importância da vacinação contra o vírus. Mas a medida esbarrou no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A corte negou o pedido do Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, de fazer parte de campanha pela vacinação contra a poliomielite.

O ministro queria fazer um pronunciamento em cadeia nacional conclamando a população a comparecer aos postos de saúde, mas foi impedido pelo presidente do TSE, Alexandre Moraes.O ministro considerou que a fala durante disputa à presidência da República causava “Indevida personificação no período eleitoral de ações relacionadas à administração pública”.

Entre os anos de 1968 e 1989, o Brasil registrou 26 000 casos de paralisia infantil.

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